Guia da Semana

Fotos: divulgação

Museu de Arte Contemporânea de Niterói

Fazer a conexão entre a sociedade e a cultura e apresentar manifestações artísticas que transformem o olhar passivo do observador. Foi-se o tempo em que os museus se resumiam a edifícios divididos de espaços brancos com quadros centenários para serem apreciados. Trabalhando com materiais diversos e artistas de várias vertentes, muitos desses espaços atuais oferecem informações logo na sua fachada, com uma arquitetura onde o concreto armado transmite leveza e curvas, levado pelas construções modernas e que dialogam com o espaço em volta.

Dentro deles, em pouco tempo o público pode viajar em um incursão por arte, história e cultura, mergulhando em um universo de formas e misturando passado, presente e futuro. Se você está com um tempinho livre, reserve na sua agenda, monte a programação e visite o museu de arte contemporânea da sua cidade.

MAC-USP - São Paulo

Fundado em 1948 pelo empresário Ciccillo Matarazzo, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo conta com mais de oito mil obras - entre óleos, desenhos, gravuras, esculturas, objetos e trabalhos conceituais - e possui a mais importante coleção da América Latina com foco na produção ocidental do século 20.

Tem por modelo o Museum of Modern Art (MoMA) de Nova Iorque, fundado em 1929, e está prestes a ser transferido para uma nova sede, nas antigas dependências do Detran e áreas vizinhas, como o terreno do Instituto Biológico. Seu acervo é valioso e inclui obras de Modigliani, Picasso e Tarsila do Amaral, entre outros.

Em exposição, o espaço traz a mostra Um dia terá que ter terminado 1969/74, a segunda de uma série de três exibições especiais que refletem sobre a constituição do seu acervo durante a ditadura militar, apontando como um dos poucos espaços de resistência ao cerceamento da livre expressão do país. Em cartaz até 31/7/2011.


Exposição Um dia terá que ter terminado 1969/74, MAC-USP

MAC Niterói
- Rio de Janeiro

Os traços arrojados e modernos fazem o Museu de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro assemelhar-se a um cálice ou mesmo um disco voador, destacando as belezas da costa carioca. Concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer, foram necessários cinco anos para a construção: o prédio do museu apresenta-se como uma escultura de 16 metros de altura em praça aberta e tem como base um espelho-d'água, contemplando o monumento.

O acervo permanente é constituído pela Coleção João Sattamini, um conjunto de mais de mil peças reunidas desde a década de 50 pelo colecionador que dá nome à exposição. É considerada a segunda maior coleção de arte contemporânea do Brasil.

A mostra itinerante (Re)construções: Arte Contemporânea da África do Sul, reúne 13 artistas sul-africanos de diversos estilos para mostrar o panorama da produção cultural do país de Mandela pós-apartheid. Entre os artistas expostos, estão William Kentridge, que tem obras nos principais museus e galerias do mundo, como o Museum of Modern Art, de Nova Iorque; e David Goldblatt, fundador do Market Photography Workshop, em Joanesburgo, um instituto que ensina fotografia e educação visual para jovens desfavorecidos pelo sistema segregador. Em cartaz até 15/5/2011.

MAM - Salvador

Às margens da Baía de Todos os Santos, em Salvador, o Museu de Arte Moderna da Bahia está localizado no Solar do Unhão, um sítio histórico construído no século 16. Fugindo do eixo Rio-São Paulo, Salvador já recebeu exposições internacionais inéditas, como as dos artistas Sophie Calle e Joseph Beuys.

A cidade busca a renovar da sua programação de arte e, com apoio do Palácio da Aclamação e o do Palacete das Artes Rodin, tem como destaque a retrospectiva de Franz Krajcberg. Foi o único espaço brasileiro a receber a mostra À luz de dois mundos, de Tunga, originalmente feita para o Louvre, em Paris.

Atualmente, o espaço recebe 54 obras selecionadas de 14 artistas de diversas nacionalidades que expuseram seus trabalhos na 29ª Bienal de São Paulo. A mostra paulista trabalha a relação entre a arte e a política e permite que os baianos confiram a documentação do Tucumán Arde (evento de protesto que artistas argentinos realizaram contra a violência sofrida por campesinos no final da década de 60) e filmes, como o do artista espanhol Miguel Rio Branco, que retrata o Pelourinho no final da década de 70. Em cartaz até 29/5/2011.


Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba

MON - Curitiba

Complexo composto por dois prédios e instalado em uma área de 35 mil metros quadrados, o Museu Oscar Niemeyer tem como destaque a arquitetura dos edifícios aliada à arte. O primeiro prédio foi projetado pelo arquiteto que dá nome ao espaço tem um design que se assemelha ao olho humano. A instituição tem como foco as artes visuais, a arquitetura e o design, com projeção nacional e internacional.

O museu abre espaço por tempo indeterminado para a mostra O Silêncio e a Solidão, da pintora Leonor Botteri, uma curitibana que, nos anos 40, desenvolveu uma linguagem própria e enfrentou o preconceito para se expressar em um trabalho situado entre o expressionismo e a pintura metafísica. A predileção por retratos, autorretratos e naturezas-mortas destaca-se em obras com tons sóbrios e escuros.

Em parceria com o Instituto Moreira Salles, o museu também apresenta a mostra Maureen Bisilliat: fotografias. Editadas pela própria artista, 250 imagens navegam pelos universos literários de Guimarães Rosa, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna e Euclides da Cunha. Além das referências, a mostra sintetiza situações vividas ao longo da carreira de Maureen, como nas viagens ao Japão, África e Bolívia. Em cartaz até 31/7/2011.

Mamam - Recife

Instalado em um tombado casarão histórico tombado do século XIX, às margens do Rio Capibaribe, o Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães foi criado em julho de 1997 para homenagear o artista plástico, designer e ativista cultural pernambucano. Com um acervo de mais de mil trabalhos, fazem parte do espaço trabalhos de renomados artistas: como Gil Vicente, Francisco Brennand, Paulo Bruscky, Nelson Leirner, Marcelo Silveira, Ernesto Neto e Vik Muniz.

Em cartaz, a mostra do cartunista Rafael Campos Rocha: Deus, Messi, almoço interminável (não necessariamente nessa ordem). A exposição apresenta uma coletânea de trabalhos desenvolvidos pelo artista desde 2010, com vídeos de textos que aparecem na tela como créditos dos filmes tradicionais e quadrinhos baseados em seu principal personagem criado no ano: Deus, o personagem religioso como uma mulher negra de hábitos sexuais plurais, que gosta de cerveja, jogos de azar e punk rock. Em cartaz até 20/5/2011.

Ainda neste ano, entre junho e agosto, o espaço recebe algumas obras da Bienal de São Paulo de 2010 - atualmente expostas no MAM do Rio e no MAM da Bahia.


(Re)construções: Arte Contemporânea da África do Sul, MAC Niterói

Fundação Iberê Camargo - Porto Alegre

Criada em 1995 com o objetivo de preservar e divulgar a obra do prestigiado pintor brasileiro, a Fundação Iberê Camargo procura incentivar a reflexão sobre a produção artística contemporânea. A sede foi projetada pelo arquiteto português Álvaro Siza e recebeu o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza (2002). Mais de cinco mil obras do artista integram o acervo.

No espaço, a mostra Mil e um Dias e Outros Enigmas apresenta o trabalho da artista porto-alegrense Regina Silveira, que usa as formas do edifício para fazer intervenções na fachada e no seu interior. Um exemplo é o Atractor, uma aplicação de vinil com a palavra Luz na parte externa do local, misturando com o ambiente e dialogando com a arquitetura. (até 29/5/2011)

Ainda estão programadas para este ano as mostras do uruguaio Joaquín Torres García, do italiano Giorgio de Chirico e com recortes inéditos da obra de Iberê Camargo: seus desenhos, sua relação com o ambiente cultural do pós-guerra e a fase final, dos anos 80 até sua morte, em 1994.

Atualizado em 6 Set 2011.