Guia da Semana

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A morte inesperada de Michael Jackson promete transformá-lo em mito

"A morte é sempre traumática", diz Ronaldo Miranda, crítico de música, referindo-se à morte do Rei do Pop, Michael Jackson, que encerrou de modo inesperado a sua vida polêmica no dia 25 de junho, após fulminante ataque cardíaco. O que deixou o planeta chocado foi o falecimento repentino do cantor de 50 anos, que não se apresentava havia mais dez para grandes públicos e estava se preparando para uma série de shows em Londres, para o qual já haviam sido vendidos mais de 700 mil ingressos.

Michael acumulou títulos e prêmios durante toda a sua vida e, com a morte precoce, entrou para uma galeria pouco desejada, mas onde habitam grandes nomes da música, como Elvis Presley, Janis Joplin, John Lennon, Kurt Cobain, e Bob Marley. "A mídia provoca esse tipo de comoção. Se a morte interrompe um percurso de um jovem, ela acaba sendo mais dramática ainda. Os jovens se identificam com eles, os mais velhos olham como se fosse o próprio filho, por isso os transformamos em ícones, símbolos de uma rebeldia ou de uma geração", destaca o crítico.

Os meteoros

Elvis Presley

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Aos 42 anos, o coração não resistiu ao uso frequente de drogas

O Rei do Rock nasceu no Mississipi, EUA, em 1935. Mas em Memphis deu os primeiros passos rumo ao estrelato. Foi na década de 50 que o cantor iniciou a gravação de músicas profissionais. Os primeiros sucessos foram That's All Right, Mama e Blue Moon of Kentucky. Em 1956, tornou-se conhecido mundialmente como o primeiro mega star da música pop, e ameaçou a sociedade conservadora com o seu estilo musical e de dança, extravagante e ousado, com o qual ganhou o apelido de Elvis The Pelvis.

O preço do pioneirismo transformador, entretanto, é altíssimo. Elvis foi implacavelmente perseguido pelos múltiplos segmentos reacionários. Na década de 60, iniciou a carreira em Hollywood e participou de mais de dez filmes. Mas foi na década de 70, a partir do 38º aniversário, que começou seu declínio, com problemas pessoais, de saúde e excesso de peso. Foi hospitalizado mais de cinco vezes em quatro anos e chegou a desmaiar no palco durante um show. Em 15 de agosto de 1977, com apenas 42 anos, por causa do vício em drogas, é achado morto em sua mansão. Os médicos alegam que o cantor foi vítima de ataque cardíaco. A necropsia revelou a ingestão de oito ou mais drogas (entre elas morfina, valium e valmid). Mas muitos fãs acreditam, até hoje, que Elvis não morreu.

Janis Joplin

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Janis Joplin começou cedo o consumo de heroína e morreu com 27 anos

Nascida no Texas, em 1943, cresceu ouvindo blues e blues e cantando no coro local. Com 17 anos, começou a cantar blues e folk com amigos. Seu estilo rebelde chamou a atenção. Vestia-se como os poetas da geração beat. Com apenas 20 anos, quando já morava em São Francisco, o envolvimento com drogas começou a se tornar mais constante, incluindo o uso de heroína. O vício tomou dimensões perigosas quando passou a ser mais importante do que a própria carreira. Foi quando ela decidiu se recuperar na cidade natal, Port Arthur. Em 1966, voltou a São Francisco e entrou para o grupo Big Brother & The Holding Company, quando começou a se destacar na comunidade hippie.

O vício pela heroína continuou e a cantora chegou a vir para o Brasil em 1970, para tentar se tratar. Durante a estadia, fez topless em Copacabana, bebeu muito, cantou em um bordel, foi expulsa do Hotel Copacabana Palace por nadar nua na piscina, e quase foi presa por suas atitudes na praia, consideradas "fora do normal". Ela também foi barrada ao tentar participar do desfile das escolas de samba - um segurança achou seus trajes hippies "muito estranhos". A cantora teve um breve relacionamento, com o também roqueiro Serguei. Pouco depois de deixar o Brasil, Janis teve uma overdose de heroína e morreu em 4 de outubro do mesmo ano, com apenas 27 anos.

John Lennon

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Lennon foi morto em frento ao edificío em que morava em Nova York, com 42 anos

Músico, compositor, escritor e ativista em favor da paz. Lennon ganhou notoriedade mundial como um dos integrantes do grupo de rock britânico The Beatles. Na época, formou com Paul McCartney o que seria uma das mais famosas duplas de compositores de todos os tempos.

Em 1968, John Lennon apaixonou-se pela artista plástica Yoko Ono, e ela se tornou a pessoa mais importante na vida e carreira do músico inglês. Em 1970, Os Beatles chegaram ao fim e, a partir de então, John dedicou-se à carreira solo (muitos acusam Yoko pelo término da banda).

Afastado da música desde 1975 pelo nascimento de seu filho Sean Lennon, John voltou aos estúdios em 1980 para gravar um novo álbum. Porém, em 8 de dezembro do mesmo ano, foi assassinado em Nova York, na frente de seu apartamento, no edifício Dakota, pelo fã Mark David Chapman, quando retornava do estúdio de gravação com a mulher. Morreu com 42 anos e deixou, no legado, músicas como Help!, All You Need Is Love (ainda nos Beatles) e Imagine, Woman, entre tantas outras.

Kurt Cobain

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Coabian teve uma vida marcada pela depressão e drogas

Nasceu em Seatle, em 1967. Viveu uma vida marcada por depressão, desgastes emocionais e vícios em drogas. Um dos seus primeiros traumas foi o divórcio dos pais, fato que nunca superou. Formou o Nirvana com o baixista e amigo Krist Novoselic em 1987. Em dois anos, a banda fixou-se como um dos principais grupos do cenário local. Em 1991, a chegada da música Smells Like Teen Spirit marcou o início de uma dramática e eletrizante mudança no mundo do rock, que afastou dos holofotes os estilos glam metal, arena rock e dance-pop, para dar lugar a um estilo de rock mais sujo, pesado, originando o som denominado grunge e o rock alternativo.

Os últimos anos de sua vida foram castigados pela dependência exagerada de heroína, pela forte pressão exercida pela mídia e por sua conturbada relação com a esposa, Courtney Love. No dia 5 de abril de 1994, Kurt Cobain foi encontrado morto em sua casa em Seattle, com apenas 27 anos. Os jornais dizem que Kurt se suicidou, mas muitos fãs acusam Courtney Love de ter assinado o marido.

Bob Marley

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Bob Marley sofreu com o câncer durante três anos, mas escondeu a doença dos fãs

O seu nome de batismo, Robert Nesta Marley. Nasceu em 1945, em Miami. Foi cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, famoso por popularizar o gênero. Grande parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos. Ele foi chamado de "Charles Wesley dos Rastafáris" pela maneira com que divulgava a religião por meio de suas músicas.

Bob foi casado com Rita Marley, uma das I Threes que passaram a cantar com os Wailers depois que eles alcançaram sucesso internacional. Ela foi mãe de quatro de seus doze filhos (dois deles adotados), entre eles os renomados Ziggy e Stephen Marley, que continuam o legado musical de seu pai na banda Melody Makers.

Em julho de 1977, Marley descobriu uma ferida no dedão de seu pé direito, que ele pensou ter sofrido durante uma partida de futebol. A ferida não cicatrizou, e sua unha caiu. Foi, então, que o diagnóstico correto foi feito. Marley, na verdade, sofria de uma espécie de câncer de pele, chamado melanoma maligno, que se desenvolveu sob sua unha. Os médicos o aconselharam a amputar o dedo, mas ele se recusou, devido aos princípios rastafáris, que diziam que os médicos são homens que enganam os ingênuos fingindo ter o poder de curar.

A doença do cantor foi escondida durante três anos do grande público. Até que, em uma turnê pelos EUA, Marley desmaiou e teve que ser internado. Depois disso, foi para Alemanha tentar um tratamento, mas era tarde demais. Ele faleceu no hospital Cedars of Lebanon no dia 11 de maio de 1981, em Miami, Flórida, aos 36 anos.

Atualizado em 6 Set 2011.