Guia da Semana

Por Douglas Brito

O convite feito a Beto Silveira para montar o espetáculo Cordão Umbilical, de Mário Prata, surgiu há um ano. Com a saída de duas atrizes do elenco, porém, a peça demorou um pouco mais para ficar pronta. Silveira, que volta a dirigir uma peça profissionalmente neste ano, está animado com essa grande comédia que estréia nesta sexta, 20 de maio, em São Paulo. "Minha prioridade é preparar atores, mas quando me apaixono por um texto fica mais fácil para fazer a montagem", explica.

Com muitas atividades em sua escola de teatro - trabalho que faz há 35 anos - ficava difícil arranjar tempo para montar alguma peça, mas o texto conquistou o diretor. "Quando me chamaram senti uma cosquinha. Me deram o texto à tarde e na madrugada já confirmei", confessa.

Mesmo com a peça se passando na época do Regime Militar, na década de 70, o enredo é muito atual. "Muita coisa mudou, mas o relacionamento humano e os preconceitos continuam os mesmos", afirma. E complementa: "Esses personagens têm tudo a ver com todo mundo ainda hoje". O diretor passou pelos problemas enfrentados pelos personagens. "Eu vivi bem essa época. É uma coisa muito familiar". Mas deixa claro que mesmo os mais jovens se espelham no texto. "Cada um de nós vai se identificar com cada um dos personagens".

Os ensaios começavam depois da meia-noite, pois o diretor ficava na escola até as 23h. "Os atores estavam sempre lá. São apaixonados pelo que fazem e eu também sou, então juntou tudo", referindo-se ao bom desempenho mesmo com as dificuldades do horário.

Na sua escola, Silveira admite dar muito mais que uma preparação para atores. "É um curso de desenvolvimento humano. Além da profissionalização, tem crianças e pessoas de 70 anos". Mesmo não sendo sua principal atividade, parece que o professor vai estender sua temporada na direção de montagens. "Não pretendo parar de dirigir, mas tem que ser outra coisa que eu me apaixone", fala.

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Atualizado em 6 Set 2011.