Guia da Semana


Por Thiago Kaczuroski


Depois de 12 anos sem apresentar uma temporada em São Paulo, o grupo carioca Intrépida Trupe volta à capital paulista com o espetáculo Sonhos de Einstein. O Guia da Semana conversou com o diretor da montagem, Cláudio Baltar e com uma das criadoras da companhia, Valéria Martins, que assina a direção de produção e figurinos.

O grupo trabalha com trapézios, balanços e armações, que fazem com que a dinâmica do espetáculo seja mais agitada e interativa que as peças tradicionais. Nas laterais do palco foram instaladas arquibancadas, as cadeiras centrais foram retiradas e o palco se prolonga pelo teatro. Mas a grande novidade fica por conta de balanços instalados bem perto do palco, de onde as pessoas poderão assistir ao espetáculo. Tudo pensado para o público ficar mais perto das cenas.

Os 14 atores que participam da montagem tem formação circense, e segundo Valéria Martins, a preparação para o espetáculo durou cerca de oito meses. Ela conta que o espetáculo foi pensado para ser apresentado na sede do grupo, no Rio de Janeiro, e que os diferentes teatros em que se apresentaram pelo Brasil acabaram mudando algumas coisas da peça. O diretor, Cláudio Baltar, afirma que o palco paulista, por ser maior e mais alto, dá mais impacto aos movimentos, que ganha na amplitude. Ambos contam que o espetáculo foi muito bem recebido por onde passou. " No nordeste, onde a estrutura do circo ainda é muito precária, as pessoas se emocionaram", conta Valéria.

A parte "científica" da peça, com os conceitos de física, surgiu a partir de uma conversa com um profissional da área. " Queremos mostrar como a física está presente no nosso dia-a-dia e nem percebemos. A voz do cientista que entra na peça como Einstein é de um físico de verdade, que nos falou sobre alguns conceitos e regras desta ciência".

Cláudio afirma que a demora para trazer um espetáculo a São Paulo foi por conta da grandeza da armação e de dificuldades de patrocínio. "A estrutura toda demora cerca de uma semana pra montar, e viajar sem patrocínio, realmente não dá". O grupo ensaia às sextas-feiras antes do espetáculo e depois do fim de semana volta para o Rio.

A Intrépida Trupe já participou algumas vezes dos desfiles do carnaval carioca como a comissão de frente de escolas como Estácio de Sá e Mocidade Independente de Padre Miguel. Valéria conta que a dinâmica desses trabalhos é bem diferente da de uma apresentação normal. " Há três anos não participamos do carnaval. A preparação é um pouco diferente, muito mais rápida, e tudo está voltado para uma apresentação única".

Depois da temporada paulista, a companhia começa a preparar o novo espetáculo, que segundo Valéria, que não revelou muitos detalhes, será uma partida de totó (ou pebolim, como é conhecido aqui em São Paulo) gigante.

Atualizado em 6 Set 2011.