Guia da Semana

Um dos indicados ao Oscar, Sem Fim à Vista, abre o festival no Rio de Janeiro.

A 13ª edição do festival de documentários É Tudo Verdade acontece de 26 de março a 6 de abril em São Paulo, de 27 de março a 6 de abril no Rio de Janeiro e de 14 a 20 de abril em Brasília, e também conta neste ano com exibições nas cidades de Recife, Bauru (SP) e Caxias do Sul (RS). No total, foram mais de 1200 filmes inscritos, mesmo depois com a exigência de ineditismo entre os concorrentes. Dentre os brasileiros serão 18 documentários inéditos, sendo sete longas que competirão ao prêmio de R$100 mil oferecido pela CPFL.

Dois dos maiores destaques da programação irão abrir o festival. Em São Paulo, a abertura será com o francês Stranded (foto), sobre um time de rugby uruguaio que caiu nos Andes e sobreviveu até o resgate comendo carne humana, na década de 70. No Rio de Janeiro, o escolhido foi o americano Sem Fim à Vista, que conta os erros da Guerra do Iraque do ponto de vista daqueles que a apoiaram. A produção era uma das favoritas ao Oscar 2008, e o melhor na opinião do crítico Amir Labaki, fundador e diretor do É Tudo Verdade.

Labaki ressalta uma curiosidade nesta edição do festival. Dentre os 15 documentários de longa e média metragem que integram a competição internacional, oito são dirigidos por mulheres. De acordo com ele, a escolha não foi proposital, apenas o resultado do alto nível das produções femininas. Os filmes concorrem a um prêmio de R$15 mil, enquanto os nove curtas disputam R$6 mil, mesmo valor que os 11 curtas brasileiros. No total, são 19 países diferentes que integram a competição internacional. Para os brasileiros, há também os prêmios do Canal Brasil e do laboratório Megacolor.

Os grandes destaques dentre os brasileiros são as biografias, presentes em quatro dos filmes da competição, que falam sobre o jornalista esportivo João Saldanha, o poeta Waly Salomão, o músico Wilson Simonal e o agricultor Genivaldo, do MST. Fora de competição havia tantos filmes que foi criada uma mostra à parte. Vidas Brasileiras apresenta seis títulos em homenagem aos músicos Caetano Veloso (foto), Mário Rocha e Waldick Soriano - estréia na direção de Patrícia Pilar -, ao escritor Antônio Calado, além do ator Paulo Gracindo e o cineasta Joaquim Pedro de Andrade, em filmes dirigidos pelos filhos, Gracindo Jr. e Alice de Andrade.

Para a retrospectiva internacional deste ano, o festival apresentará o ciclo 10 Documentários que Mudaram o Mundo, realizado inicialmente em Londres, pela British Film Institute, sobre filmes que tiveram um verdadeiro impacto ao serem lançados. Está na programação desde clássicos, como O Triunfo da Vontade, de Leni Riefenstahl, até o recente McDifamação, de 2005, sobre ativistas processados por falar mal da rede de fast-food. Além deles estão filmes como A Tênue Linha da Morte, Tiros em Columbine e A Revolução Não Vai Passar Na TV.

Na retrospectiva nacional, o tema escolhido foram os documentários experimentais. Serão apresentados 23 filmes feitos entre 1929 e 2007, que rompem com o padrão vigente. Um dos destaques é Tudo é Brasil (foto), de Rogério Sganzerla. O documentário fala sobre It´s All True, filme que Orson Welles rodou no Brasil em 1942 e que inspirou o nome do festival. Além dele, serão exibidos filmes de Júlio Bressane, Arthur Omar, Humberto Mauro, João Moreira Salles, Jean Claude Bernadet, entre outros.

O experimental também está presente na mostra Horizonte, que apresenta o cultuado filme do cineasta Wang Bing sobre a China, Além dos Trilhos, de 9 horas de duração. Terão também a mostra O Estado das Coisas, onde serão mostrados filmes com cunho social, e a Foco Latino Americano, apenas com produções de países vizinhos. Além deles, o festival programou homenagens aos cineastas Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni, mortos no ano passado. Ao todo o 13º É Tudo Verdade exibirá gratuitamente 137 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, de todo o mundo.

Clique aqui para conferir a programação.

Atualizado em 6 Set 2011.