Guia da Semana

por Vivian Ortiz

Neste ano, caso estivesse viva, a atriz Marilyn Monroe teria completado 85 anos de idade em 1º junho. Baseado no legado que deixou, é possível ver o quanto Marilyn ainda é um ícone. Afinal, quem ainda consegue, após 48 anos de sua morte, continuar sendo um eterno símbolo sexual? E ainda servir de fonte de inspiração para diversos artistas da atualidade, como a cantora Madonna, por exemplo, que usou a estrela como referência no clipe da música Material Girl, inspirado em uma cena do filme Os Homens Preferem as Loiras (1953).


Golpe de sorte

Norma Jean Mortenson, seu nome de batismo, nasceu em Los Angeles (EUA), no ano de 1926. Sua mãe era uma editora de filmes, que teve que largar o emprego e a filha ao ser internada em uma instituição para doentes mentais. Com isso, a futura atriz acabou sendo criada em orfanatos e teria passado anonimamente pela vida, como tantas outras garotas, se não tivesse sido descoberta por um fotógrafo profissional enquanto trabalhava como operária de fábrica, em 1944.

Quando Norma Jean contou a ele que seu desejo era tornar-se estrela de cinema, o profissional explicou que o melhor caminho para isso seria virar modelo, o que ela fez. Na agência, sugeriram ainda que a novata trocasse a cor dos cabelos de castanhos para loiro platinado e adotasse um novo nome: Marilyn Monroe. Era 1947.

Nasce uma estrela

A estreia de Marilyn no cinema foi numa ponta no filme Sua Alteza, A Secretária (1947), em que apareceu sem grande destaque. Na sequência, fez Idade Perigosa (1947), mas, como não obteve mais nenhum papel, seu contrato com o estúdio foi rescindido.

Assim, em 1949, sem dinheiro, ela concordou em posar nua para um calendário. O sucesso foi tamanho que Marilyn acabou ilustrando a primeira capa da revista Playboy, em 1953. Originalmente, a foto foi comprada da agência United Press, mas os editores da revista espertamente trocaram o fundo por uma imagem do famoso coelhinho. Bastou para aquela bela mulher de 1,66 m de altura, 94 cm de busto, 61 cm de cintura e 89 cm de quadril conquistasse a América.

Enquanto isso, a carreira cinematográfica progredia. Logo, estava atuando ao lado dos Irmãos Marx e sendo dirigida por importantes nomes, como John Huston e J.L. Mankiewickz. Seu primeiro papel dramático foi em Almas Desesperadas (1952), de Roy Ward Baker, em que está assustadora e provocante como uma bela, mas conturbada, garota que fará qualquer coisa para impedir que uma criança chorona interrompa seu romance.

O drama com toques de comédia teve como principal objetivo tentar provar o talento de Marilyn Monroe como protagonista, num suspense psicológico no qual ela teve a chance de mostrar para a crítica que, mais do que um símbolo sexual, tinha capacidade para atuar como atriz dramática.

Auge do sucesso

Mas foi com um papel dramático em Torrentes da Paixão (1953), de Henry Hathaway, que ela ganhou o respeito dos críticos. Naquele ano, seu nome começou a atrair multidões aos cinemas e a levou a estrelar os sucessos Como Agarrar um Milionário (1953), Os Homens Preferem as Loiras (1953) e O Pecado Mora ao Lado (1955).

Vale destacar que Marilyn estava no auge da fama e da sensualidade nesse último filme. É nele que está presente a célebre cena da saia levantada pelo vapor do metrô de Nova Iorque, gravada na estação de metrô da Lexington Avenue, local até hoje visitado por muitos fãs do cinema. A filmagem dessa cena, em especial, fez parte de um grande golpe publicitário do estúdio, que avisou a imprensa e disse que a atriz estaria usando um equipamento que iria 'parar o trânsito'. Cerca de 2.000 pessoas compareceram para assistir à gravação e gritavam sempre que a saia subia.

Nessa época, atrasos, caprichos e falta de concentração passaram a ser comportamentos comuns. Um exemplo disso é que foram necessárias 47 tomadas para ela conseguir gravar a fala "It's me, Sugar" e 59 para "Where's the bourbon?". Esta foi a primeira vez que a atriz Marilyn Monroe trabalhou com o diretor Billy Wilder. Os dois se encontraram novamente nos sets de filmagens de Quanto Mais Quente Melhor (1959).

Caos interno

Apesar de todo o sucesso na indústria do entretenimento, Marilyn Monroe teve uma vida pessoal conturbada e, comenta-se, infeliz. Casou-se três vezes e, na época do terceiro divórcio - do escritor Arthur Miller -, já mantinha um relacionamento extra-conjugal com o presidente John F. Kennedy. Ficou famosa a cena em que ela cantou, com uma voz lasciva e um vestido sensual, "parabéns pra você" no aniversário de Kennedy.

Naquele momento, o universo de Marilyn desabava. Ela estava desacreditada profissionalmente, tinha a saúde péssima - era maníaca depressiva e já havia sofrido vários abortos -, além de ter uma vida sentimental falida. Assim, sua obsessão passou a ser Bob Kennedy - irmão do presidente -, que era casado e pai de nove filhos, o que a transformou em pessoa incômoda para o primeiro escalão do governo.

Aparentemente, todos esses fatores culminaram em seu suicídio quando, aos 36 anos, ela ingeriu uma overdose de barbitúricos, chocando toda uma nação que a amava como ícone de cinema. Outras versões de sua morte afirmam que, na verdade, ela foi assassinada, devido ao envolvimento de seu amante Kennedy com a máfia. Nenhuma das hipóteses, porém, ficou totalmente esclarecida até hoje. Assassinada ou não, naquele momento, morria a mulher e nascia o mito.

Atualizado em 10 Abr 2012.