Guia da Semana

De Los Angeles

Foto: Divulgação

Terror e suspense são dois gêneros que funcionam bem em conjunto há muito tempo no cinema. Sua longevidade, porém, fazem com que roteiristas tentem ao máximo fugir da obviedade e inovar. Como as histórias de fantasmas e gente morta já deram muito o que falar, um dos campos a ser explorados agora é a medicina. O mais recente exemplo dessa faceta é Awake - A Vida por um Fio, que chega aos cinemas nesta semana.

O pesadelo de Awake começa na primeira cena, que demonstra numericamente o número de pessoas que sofrem com uma espécie de consciência mental mesmo depois de serem anestesiadas. A vítima da vez é Clay, multimilionário de bom coração, vivido por Hayden Christensen sofre de problemas cardíacos e vai para a mesa de cirurgia para um transplante. Entretanto, como a premissa diz, ele vai ser uma dessas pessoas que consegue ou e sentir tudo - bisturis e outros instrumentos abrindo seu peito - durante sua operação.

Mas esse pesadelo não se limita apenas ao sofrimento do personagem, que chega a angustiar, justamente pelo fato de poder acontecer com qualquer pessoa. A incidência de tal caso clínico é aleatória. Há algo de errado nesse mundo abastado e pontuado pela bondade excessiva do rapaz. Porém, nada tem a ver com a mãe superprotetora e mandona que tenta, mas não consegue, ser uma pessoa má.

A sensação de que há um problema persiste até o momento em que a cirurgia começa, Clay sente cada incisão do bisturi e, para seu desespero, escuta tudo que os médicos falam. E eles pretendem matá-lo. Uma coisa é certa em Awake: o espectador fica desesperado com a agonia do personagem, que está lá, deitadinho, com o peito aberto, mas sabendo que vai morrer.

A peça que falta nesse complô que se apresenta justo na hora que o personagem está totalmente incapaz. Entretanto, por conta da dobradinha péssima atuação e cena forçada, é possível saber qual a raiz do problema. Outra personagem, a namorada de Clay, vai pegar a correspondência e dá uma bandeira tão grande que qualquer um pode notar. Sim, a rainha da incompetência artística - Jessica Alba - está de volta. Em mais um pesadelo nas telas. E desta vez não está cega e nem vendo coisas como nos filmes anteriores.

A trama aposta em elementos um pouco sobrenaturais para desenvolver e tentar resolver o problema do rapaz. Que está deitado na mesa de cirurgia, mas por uma espécie de projeção astral consegue circular pelos corredores do hospital e rever, em terceira pessoa, momentos marcantes de sua vida para tentar compreender como não havia percebido que sua vida estava em risco.

O pesadelo é longo. Hayden Christensen e Jessica Alba juntos num mesmo filme. Um coração prestes a falhar. Uma história interessante. Mas, novamente, Hayden e Alba. Uma dobradinha de tirar o sono e causar calafrios em qualquer um. Pelo menos, em 84 minutos, esse pesadelo termina. É desesperador.

Confira também uma entrevista exclusiva com Hayden Christensen


Quem é o colunista: Fábio M. Barreto adora escrever, não dispensa uma noitada na frente do vídeo game e é apaixonado pela filha, Ariel. Entre suas esquisitices prediletas está o fanatismo por Guerra nas Estrelas e uma medalha de ouro como Campeão Paulista Universitário de Arco e Flecha.

O que faz: Jornalista profissional há 12 anos, correspondente internacional em Los Angeles, crítico de cinema e vivendo o grande sonho de cobrir o mundo do entretenimento em Hollywood.

Pecado gastronômico: Morango com Creme de Leite! Diretamente do Olimpo!

Melhor lugar do Brasil: There´s no place like home. Onde quer que seja, nosso lar é sempre o melhor lugar.

Atualizado em 6 Set 2011.