Guia da Semana


Escritas há décadas, algumas obras da literatura brasileira continuam vivas. E não é apenas nos colégios ou provas de vestibular. Diretores contemporâneos fizeram suas adaptações para clássicos de autores como Machado de Assis e José de Alencar. O próximo título a entrar em cartaz nos cinemas é Primo Basílio, que tem estréia marcada para 10 de agosto.

Com direção de Daniel Filho e Fábio Assunção, Reinaldo Gianecchini e Débora Falabella no elenco, o longa é baseado no clássico de Eça de Queiroz. A trama gira em torno de uma jovem casada que se apaixona pelo primo. Assim que sua empregada descobre, passa a chantageá-la para que o romance fique longe do conhecimento do marido da moça.

Se Assis ganhasse direitos autorais...

A extensa lista de obras assinadas por Machado de Assis renderam a ele também uma série de adaptações para o cinema e a televisão. Alguns ganharam uma releitura moderna, como foi o caso de Dom (2003, foto), baseado em Dom Casmurro. A história original de um triângulo amoroso tem versão atual e começa quando um garoto é batizado com o nome de Bento. Ele acredita ter o mesmo destino de seu homônimo, um personagem do livro. No elenco, Maria Fernanda Cândido e Marcos Palmeira.

Outra obra assinada pelo autor é A Cartomante, conto que também ganhou uma versão para o século XXI. Estrelado por Deborah Secco, Luigi Barricelli e outros, o filme conta a história de uma balconista que acredita nos conselhos de uma vidente para seguir sua vida amorosa. O longa-metragem de 2004 tem direção de Wagner de Assis e Pablo Uranga.

Bastante popular entre os vestibulandos e ponto de partida do realismo em 1881, Memórias Póstumas de Brás Cubas ganhou uma versão para a tela grande em 2001. O filme, batizado apenas de Memórias Póstumas, faz uma releitura fiel do romance, sem as questionáveis transições para tempos atuais. O personagem aproveita a eternidade para escrever suas história, relembrando momentos e pessoas. No papel principal, Reginaldo Faria.

Na lista do vestibular

Lima Barreto também teve uma de suas obras mais famosas filmada. Policarpo Quaresma, Herói do Brasil (foto), interpretado por Paulo José, revela a utopia de um homem que sonhava com a adoção do tupi-guarani como idioma nacional. A obra, que originalmente chama-se O Triste Fim de Policarpo Quaresma, foi publicada em 1915. A adaptação para as telas sofreu algumas alterações em relação ao original, porém sem uma tentativa de atualizar a trama.

O Guarani, publicado em 1857 por José de Alencar, ganhou os cinemas em 1995, numa versão comandada por Norma Bengel. A conturbada relação entre o índio Peri e a jovem aristocrata Ceci é revelada em meio a batalhas entre uma tribo e os moradores do casarão da família da garota. No elenco, Márcio Garcia, Herson Capri e Glória Pires.

Inspirado em Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha, Guerra de Canudos (1997) levou para as telas o relato que o jornalista fez sobre a disputa na região nordeste do Brasil, em que moradores seguiam o líder religioso Antônio Conselheiro contra a recém-proclamada República. O filme, com José Wilker, Selton Mello, Cláudia Abreu e Marieta Severo, tem cerca de três horas de duração, o que levou a Rede Globo a dividi-lo em capítulos para exibir como uma minissérie.

Outros livros que viraram filmes
? Macunaíma, de Mario de Andrade, virou filme em 1969, com direção de Joaquim Pedro de Andrade.

? Francisco Ramalho Jr., baseado no livro de Aluísio Azevedo, dirigiu a versão cinematográfica de O Cortiço, em 1978.

? Senhora também foi levado para as telas. Em 1976, a obra foi adaptada sob a direção de Geraldo Vietri.

Atualizado em 6 Set 2011.