Guia da Semana

Após ser nomeado à Palma de Ouro em Cannes e ser o grande vencedor do prêmio francês César, "Michael Kohlhaas – Justiça e Honra" estreou nos EUA e Europa sem atender todas as expectativas; o filme chega ao Brasil na próxima quinta, 4 de dezembro, e o baixo ibope promete continuar o mesmo.

Baseado na novela homônima do alemão Heinrich von Kleist, o longa conta a história de um mercador que, após ser injustiçado por um nobre, começa uma revolta sangrenta em busca de vingança. Estrelado pelo ótimo Mads Mikklesen, esperou-se que "Michael Kohlhaas" fosse a próxima obra-prima do cinema - parece, entretanto, que o longa segue a velha reputação de histórias que agradam apenas os rígidos jurados de grandes festivais.

No século XVI, na região das Cévennes, o mercador de cavalos Michael Kohlhass leva uma vida feliz e próspera em família. Quando um nobre o trata injustamente, esse homem piedoso e íntegro monta um exército e põe o país a ferro e fogo para restabelecer seus direitos.

Talvez outra expectativa nutrida pelo filme seja a grande história de ação prometida pela divulgação. Por ser um épico, espera-se, também, a grande direção de arte trazida por esse tipo de produção. Aqui, figurinos e fotografia ficam à altura de qualquer filme indie de baixo orçamento. "Michael Kohlhaas", no final das contas, deixou todos esses aspectos de lado para se concentrar em seu roteiro denso e permeado por reviravoltas psicológicas.

Falha mais uma vez por não apresentar nenhuma inovação, afinal, grande parte dos épicos tratam justamente de grandes vinganças e das relações hierárquicas de poder do contexto histórico/social da época em questão. Esteja atento às expectativas: "Michael Kohlhaas" pode agradar uns, porém o público mais exigente certamente ficará entediado. Encare se você gostar de um bom épico permeado por dramas psicológicos - e nada mais.

Por Ricardo Archilha

Atualizado em 26 Nov 2014.