Guia da Semana


Como alguns já devem ter percebido, eu tenho tara por olhinhos puxados. São minha perdição. Sempre foram, desde pequena. Essa paixão só piorou com o passar dos anos e a entrada de filmes chineses e japoneses aqui no Brasil. Não sei o que há no olhar de um oriental, mas faz com que eu queira saber o que é que ele esconde. Pior ainda se não tiver nada a esconder, porque o charme do oriental não está só no que não se vê: quando combina a meiguice com um jeitinho malandro, aí o negócio fica absolutamente irresistível...

Nessa seara, infelizmente, tenho pouco conhecimento. Minhas experiências com moços provenientes da terra do sol nascente e dos tigres asiáticos são muito, muito, muito poucas, mas guardo boas recordações.

Recentemente, tive a oportunidade de rever o filme que mais me marcou a adolescência e que tinha como protagonista um moço de olhos rasgados: O Amante.

Além da presença absolutamente magnética de Tony Leung, ainda foi o primeiro filme assim "mais picante" que eu vi, escondido da minha mãe, irmão mais velho e pai, trancada dentro do quarto com chave, fechada morrendo de medo de ser descoberta. Coloquei tão baixinho o áudio que passei o filme todo lendo legendas e só fui descobrir mais tarde qual o timbre de voz dos atores.

Some-se a isso o fato de naquela época eu nem sonhava em dar beijo na boca (quanto mais o resto) e imaginem meu deslumbramento ao ver as cenas entre Tony e Jane March, em especial duas: a do primeiro encontro dentro do carro dele quando, timidamente, ele vai colocando a mão perto da dela, primeiro o dedo mindinho, segura todos os dedos, vai avançando até que os dedos de ambos se entrelaçam. Soou pra mim como um ritual de acasalamento, meio encoberto, mas tremendamente sensual. E a que eles fazem amor no chão tendo como trilha sonora o som do mercado que vai paulatinamente aumentando conforme os dois vão transando até ficar altíssimo, acompanhando os dois na escalada do orgasmo. Foi muita descoberta pra uma recém-entrada na puberdade...

De qualquer forma, experiências pessoais à parte, o filme é fabuloso. Ver o relacionamento desses dois seres que não poderiam ser mais distantes, mais improváveis e, ainda assim, incrivelmente parecidos faz qualquer um rezar para ter uma primeira vez como a da Jane March no filme. Em especial porque ela é que não deveria saber nada e acaba ensinando muito mais do que aprende. Vou abrir mão aqui de fazer um resumo da história. Aluguem. (Eu comprei ;-))

Fotos: http://www.celebsmedia.ru

Leia as colunas anteriores da Carol:
? Kiefer Sutherland: Longe dos papéis policamente corretos, ele fica melhor ainda quando é mau!

? Coadjuvantes indispensáveis: O que seriam de alguns personagens sem seus pares?

Quem é o colunista: Maria Carolina Marzagão Jimenez (por alcunha, Carol) estuda, lê, escreve, ouve música e fala, tudo em proporções inimagináveis.

O que faz: é advogada, blogólotra, cinéfila, fotógrafa e mais um monte de coisas que nem ela sabe.

Pecado gastronômico: pipoca com manteiga (muuuuuuuita pipoca).

Melhor lugar de São Paulo: meu quarto, que, além dos amigos, tem meus discos, meus livros, meus filmes, minha gata, meu violão, eu, e nada mais.

Fale com ela: [email protected]

Atualizado em 6 Set 2011.