Guia da Semana

De San Diego, Califórnia


Depois de Jason Voorhees, Michael Myers e Freddy Krueger, o cinema de horror encontrou seu ícone do novo século. Ele é Jigsaw, o maníaco responsável pelas armadilhas mais mortais da história do entretenimento. Mesmo depois de morto, o personagem segue o caminho de seus antecessores e dá um jeito de voltar à ativa em Jogos Mortais V. O ator Tobin Bell, que interpreta o vilão sadista, falou com o correspondente internacional do Guia da Semana em San Diego. Confira o bate-papo.

Fábio Barreto: Você esperava mais da morte de seu personagem?
Tobin Bell:
Achei genial eles não tirarem o ponto de vista ocidental da morte, afinal, não faria sentido incluir algo sobrenatural naquilo tudo. Agora, saber como Jigsaw morre, não faz com que você saiba, obrigatoriamente, algo a mais sobre ele, embora o público tenha essa ilusão.

Então, é errado pensar que Jigsaw seja algum tipo de força sobrenatural encarnada num sujeito ou coisa assim? Ele é apenas um homem, correto?
Tobin Bell:
Existe um lado espiritual, mas nunca veremos um Jigsaw sobrenatural. A cada quebra-cabeça, você aprende um pouco mais sobre aquele sujeito, mas de forma não-linear. Acho que os fãs gostam exatamente disso, ter que juntar as peças e não ficar esperando alguma coisa cair no colo, ou uma resposta óbvia como transformá-lo num espírito perturbado, ou algo assim.

Mas, a cada novo filme, fica arriscado fugir dessa linha, certo? Há algum limite para isso?
Tobin Bell:
Podemos continuar até que valha a pena do ponto de vista do roteiro. Enquanto for inteligente e criativo, por que não? Os efeitos valem a pena, mas se não fizerem sentido com a história desse personagem, eles não se sustentam sozinho.

Você considera Jigsaw como o novo ícone do terror mundial?
Tobin Bell:
Não acho que ele seja um ícone do horror. O roteiro define aquele sujeito e fica na mão do público julgar quem ou o que ele é. Da minha parte, sempre tento mostrar o oposto do que o personagem é no roteiro e, assim, mesmo mantendo o conceito inicial, amplio as possibilidades para que esse julgamento não seja tão fácil assim. Jason ainda está por aí, então, fica difícil bater num sujeito que nunca morre.

Com o quinto filme, é possível esperar muita surpresa? Afinal, os fãs já viram de tudo...
Tobin Bell:
Tenho certeza de uma coisa: quem gostou dos anteriores vai sair desse filme com o queixo caído com as armadilhas e a reviravolta da história. Os roteiristas conseguiram fazer algo que me surpreendeu. Muito.



Leia as matérias anteriores do nosso correspondente:

  • Mila Kunis : A estrela de Max Payne fala sobre carreira, filmes e vídeo games.

  • Alexandre Aja: diretor de Espelhos do Medo sabe os melhores jeitos de criar tensão na platéia.

  • Anna Faris: Protagonista de A Casa das Coelhinhas é mais que um rostinho bonito.


    Quem é o colunista: Fábio M. Barreto adora escrever, não dispensa uma noitada na frente do vídeo game e é apaixonado pela filha, Ariel. Entre suas esquisitices prediletas está o fanatismo por Guerra nas Estrelas e uma medalha de ouro como Campeão Paulista Universitário de Arco e Flecha.

    O que faz: Jornalista profissional há 12 anos, correspondente internacional em Los Angeles, crítico de cinema e vivendo o grande sonho de cobrir o mundo do entretenimento em Hollywood.

    Pecado gastronômico: Morango com Creme de Leite! Diretamente do Olimpo!

    Melhor lugar do Brasil: There´s no place like home. Onde quer que seja, nosso lar é sempre o melhor lugar.

  • Atualizado em 6 Set 2011.