Guia da Semana

De Los Angeles


Steven Strait cresceu com os filmes de Roland Emmerich e hoje é seu mais novo astro no papel do caçador D´Leh, em 10.000 a.C. Em início de carreira, Strait é o cara certo para embarcar nessa viagem ao passado e tentar a recriação de como viviam nossos antepassados quando os mamutes ainda caminhavam na Terra. Ele conta um pouco dessa experiência ao nosso correspondente em Los Angeles.

Fábio Barreto: Empolgado com seu primeiro blockbuster?
Steven Strait:
Nossa! Demais. Eu cresci assistindo aos filmes do Roland [Emmerich] e aqui estou, como ator principal num deles. Parece um sonho, especialmente depois dos seis meses de filmagens.

Seis meses de filmagens, no frio, com dreadlocks e fazendo de conta durante maior parte do tempo. Havia alguma referência para saber onde estariam os efeitos?
Steven Strait:
Os dreadlocks eram horríveis, mas como não existia barbeiro naquela época... (risos). Não me lembro de ter usado tanto a minha imaginação como usei para esse filme. Filmamos nas locações que vocês vêem, então, não tem efeito quando se trata de cenário, mas os animais e tudo não humano era de mentira. A equipe usava uma lança para mostrar mais ou menos a altura da cabeça do mamute e era isso. Tinha que imaginar todo o resto e reagir a um animal gigantesco que ninguém via. Foi meio difícil no começo, depois embalamos e todo mundo já conseguia deixar a imaginação fluir mais facilmente.

Então, nada era de verdade? Só as montanhas e os desertos?
Steven Strait:
A única produção gigantesca foram as pirâmides. Não construímos as torres em si, mas a rampa de acesso era imensa, consegui ver do avião, assim como o atracadouro. Cansei de andar até lá em cima para fazer as cenas, foi realmente grandioso olhar aquilo e pensar: "vou atuar ali?". Roland realmente fez tudo aquilo ganhar vida, o que foi surpreendente.

Você andou sem parar, já que seu personagem cruza meio mundo para salvar a namorada. É verdade que fizeram vocês caminharem à beça?
Steven Strait:
É, embora só alguns trechos tenham sido utilizados, andamos e escalamos rochas suficientes para uma vida. Eu e o Cliff [Curtis] acabamos ficando muito próximos por conta disso. Criamos uma boa interação entre nossos personagens.

E, você, além de estar num blockbuster do Emmerich, ainda contracenou com Cliff Curtis, um ator com uma carreira bastante respeitada...
Steven Strait:
Lembro-me de ter ficado emocionado com Encantadora de Baleias e adorei Sunshine. Quando recebi a notícia que ele seria Tik´Tik, fiquei bastante feliz. O cara é muito focado e pude aprender boas coisas com ele, além de ser um ótimo amigo. É o tipo de pessoa que você quer ter ao seu lado numa jornada maluca e tão grandiosa como aquela.

Muita gente tem criticado o filme por ser um tanto óbvio e ser apenas bonito visualmente. Você concorda?
Steven Strait:
Acho que podemos passar essa mensagem de que o amor, literalmente, move montanhas e derruba qualquer obstáculo, mas o cinema tem esse tipo de risco. Nunca sabemos quando um filme vai dar certo ou não. Posso dizer por mim, adorei a história, o filme ficou muito bonito e realizei um sonho de trabalhar com o Roland. O resto é lucro.

  • Leia a crítica de 10.000 a.C.

    Fotos: Divulgação

    Leia as entrevistas anteriores do nosso correspondente:

  • Jack Black: Humorista norte-americano revela a experiência de dublar um personagem em Kung Fu Panda

  • J.K. Simmons: Ator que interpreta o pai de Juno fala sobre o longa independe
  • Jim Carrey: Astro conversa com a imprensa no set de filmagem de Yes Man


    Quem é o colunista: Fábio M. Barreto adora escrever, não dispensa uma noitada na frente do vídeo game e é apaixonado pela filha, Ariel. Entre suas esquisitices prediletas está o fanatismo por Guerra nas Estrelas e uma medalha de ouro como Campeão Paulista Universitário de Arco e Flecha.

    O que faz: Jornalista profissional há 12 anos, correspondente internacional em Los Angeles, crítico de cinema e vivendo o grande sonho de cobrir o mundo do entretenimento em Hollywood.

    Pecado gastronômico: Morango com Creme de Leite! Diretamente do Olimpo!

    Melhor lugar do Brasil: There´s no place like home. Onde quer que seja, nosso lar é sempre o melhor lugar.

  • Atualizado em 6 Set 2011.