Guia da Semana

Algumas histórias podem ter sido recontadas centenas de vezes, mas continuam atraindo o interesse de artistas, de novo e de novo. Na próxima quinta, 18 de maio, estreia nos cinemas mais uma interpretação para o conto do Rei Arthur e sua espada Excalibur – uma versão diferente de tudo o que você já viu.

Antes de ir correndo comprar seu ingresso para “Rei Arthur: A Lenda da Espada”, saiba quais são os pontos fortes e fracos do filme e descubra se esta estreia é para você:

1. Narrativas desconstruídas

Um dos pontos fortes da filmografia de Guy Ritchie (“Snatch: Porcos e Diamantes”, “Sherlock Holmes”) é a sua capacidade de contar a história de jeitos não-convencionais, sempre explorando ao máximo a linguagem cinematográfica.

Em “Rei Arthur: A Lenda da Espada”, o diretor coloca o protagonista vivido por Charlie Hunnam para narrar duas sequências importantes de forma desconstruída: enquanto ele enumera uma série de eventos que aconteceram ou acontecerão, a câmera mostra uma simulação de flashback (ou flashforward), com imagens que não casam diretamente com o que está sendo dito, mas que complementam a narração e trazem um estranhamento interessante para a cena.

2. Estilo video-clipe

Esse gosto do diretor pela linguagem de vídeo acaba se traduzindo em cortes ousados e ritmados, que fazem com que grande parte do filme se pareça com um enorme (e empolgante) video-clipe.

3. Charlie Hunnam

O protagonista do filme é mais conhecido por sua atuação na série “Sons of Anarchy”, mas está vivendo um momento promissor no cinema com “Rei Arthur” e “Z: A Cidade Perdida”. Hunnam tem um carisma provocador que combina com essa versão mais moderna do personagem, e sua naturalidade de atuação acaba compensando a rigidez do vilão, vivido por Jude Law.

4. Trilha sonora

Um dos recursos mais eficientes para distanciar o filme do tom épico tradicional e dar, imediatamente, uma personalidade própria à produção é a trilha sonora, composta por Daniel Pemberton (“O Agente da U.N.C.L.E.). Com batidas bem marcadas, vocais melancólicos pontuais e uma “aura” nórdica, porém contemporânea, a trilha ajuda a situar a aventura num tempo fictício, com elementos medievais e comportamentos do século XXI. A trilha, que parece beber diretamente das composições da franquia “Sherlock Holmes” (também de Guy Ritchie), ainda ajuda a compor a montagem acelerada que é característica do diretor.

5. Excessos e confusões

Se o estilo é o ponto forte de “Rei Arthur: A Lenda da Espada”, ele também é o responsável por um dos pontos mais fracos: os excessos. Algumas sequências, preocupadas em exibirem o máximo de virtuosismo técnico, acabam se prolongando demais e fazendo o espectador se dispersar por alguns minutos. Esse preciosismo com cenas de ação, combinado com uma certa pressa para avançar a história, acaba tornando alguns trechos confusos para o público, que sente que perdeu alguma coisa entre um corte brusco e outro.

6. Superficialidade

Este não é um mal exclusivo de “Rei Arthur”, mas é algo comum em blockbusters de ação. O filme tenta abraçar um universo inteiro de civilizações e batalhas épicas, mas não consegue se aprofundar em nenhum personagem, nem se concentrar em um único recorte da história. O foco é o vilão Vortigern e sua relação com o rei? É o conflito entre magos e humanos? É a formação do herói? É tudo isso e mais um pouco, ao mesmo tempo.

7. Mais fantasia, menos História

Quem avisa, amigo é: não espere por um filme com qualquer acuidade histórica. O personagem do rei Arthur pode até ter sido inspirado numa figura real, mas tudo ao seu redor, neste filme (e, convenhamos, em todos os outros), é pura fantasia. O diretor se permite transformar elementos “canônicos” da forma que lhe convém e insere criaturas fantásticas sem parcimônia (e sem qualquer explicação, também). Ou seja, se você tem qualquer apego às histórias tradicionais do rei bretão, tente pensar neste filme como uma aventura independente, que por acaso tem o nome de “Rei Arthur”.

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Por Juliana Varella

Atualizado em 15 Mai 2017.