Guia da Semana

Los Angeles


Conhecida por seus trabalhos em Louis & Clark: As Novas Aventuras do Super-Homem e Donas de Casa Desesperadas, Teri Hatcher foi a melhor escolha do elenco de vozes em Coraline, no qual ela interpreta duas personagens completamente diferentes. A estrela conversou exclusivamente com nosso correspondente em Los Angeles. Confira os melhores trechos desta entrevista:

Criar suas vozes foi difícil em algum momento?
Teri Hatcher:
De jeito nenhum. Pouca gente sabe, mas brincava muito com minha filha, criando diversos personagens de acordo com o momento. Entre eles, havia uma mulher francesa que dava broncas e um personagem - meu dedinho - que era superatencioso, meigo e pronto para compartilhar qualquer dúvida ou medo. Por isso eu sempre quis ser uma voz, adorava brincar com isso.

Mas em Coraline você precisou criar duas mães completamente opostas e, ao mesmo tempo marcantes, certo?
Hatcher:
Absolutamente. O pior de tudo foi o fato de nenhuma das duas ser parecida comigo. Sou aquele tipo de mãe que coloca a mão na massa, invento atividades e faço o máximo para estar presente. As vizinhas sempre mandam os filhos lá para casa, pois sabem que todo mundo vai se divertir. Não sei se depois de Coraline o quórum vai diminuir (risos). Elas são assustadoras, cada uma de seu jeito.

Qual é o papel do faz-de-conta na educação infantil hoje em dia?
Hatcher:
Muito maior do que muita gente imagina. Emerson (filha de Teri) leu Coraline e ficou deslumbrada com tudo aquilo, mas ela estava preparada para esse tipo de material. Sempre controlei bastante o que entrava em casa e, por exemplo, ela não assistiu TV em seus primeiros anos de vida. Fiz de tudo para que sua imaginação fosse a grande arma. E isso deu resultado: toda essa paixão fez com que ela conseguisse seu primeiro trabalho nesse filme, dublando uma das cigarras que voa sobre o quarto de Coraline.

Pelo jeito você e sua filha passam muito tempo juntas, certo? Como conciliar isso com trabalho?
Hatcher:
Pois é, fiquei praticamente 5 anos sem trabalhar para criar minha filha exclusivamente. Fiz alguns filmes nesse meio tempo, como Pequenos Espiões, mas nada muito sério. Foi uma opção acertada e fará toda a diferença na vida dela, tenho certeza. Para nossa relação isso já é ótimo, pois compartilhamos bastante de nossas atividades e contamos uma com a outra.

Muita gente considera Coraline como algo assustador. Esse tipo de leitura te incomoda? Sua filha lia essas coisas "assustadoras"?
Hatcher:
Nem um pouco. Na verdade, foi Emerson quem leu Coraline muito antes de eu estar envolvida nesse projeto e ficou superanimada quando contei a ela. Foi uma grande aventura para ela poder conhecer essa personagem antes de amadurecer, pois acho que Coraline é um belo modelo de criatividade e de como enfrentar seus medos. Nunca vi minha filha tão empolgada com um trabalho meu.

O trabalho em Coraline foi solitário? Ou aconteceu alguma gravação em conjunto?
Hatcher:
Emerson sempre esteve comigo nesse projeto, mas tirando ela, nenhum dos atores. Seria engraçado gravar com Dakota Fanning, pois apoiamos diversas instituições de caridade em comum, mas não tivemos essa oportunidade. Dublar é normalmente algo muito solitário e requer mais concentração, pois não há o outro ator para gerar uma reação ou improvisar. Tudo é imaginação.

Leia as matérias anteriores do nosso correspondente:

  • Wathcmen: cada vez mais perto

  • Encontro Notável: Gollum e Capricórnio

  • Keanu Reeves: o novo Klaatu


    Quem é o colunista: Fábio M. Barreto adora escrever, não dispensa uma noitada na frente do vídeo game e é apaixonado pela filha, Ariel. Entre suas esquisitices prediletas está o fanatismo por Guerra nas Estrelas e uma medalha de ouro como Campeão Paulista Universitário de Arco e Flecha.

    O que faz: Jornalista profissional há 12 anos, correspondente internacional em Los Angeles, crítico de cinema e vivendo o grande sonho de cobrir o mundo do entretenimento em Hollywood.

    Pecado gastronômico: Morango com Creme de Leite! Diretamente do Olimpo!

    Melhor lugar do Brasil: There´s no place like home. Onde quer que seja, nosso lar é sempre o melhor lugar.


  • Atualizado em 6 Set 2011.