Guia da Semana

Foto: Divulgação

O espetáculo começa e Hannah Montana surge. Elevada numa pequena ilha no meio da platéia. Seus fãs vão ao delírio com a proximidade com a estrela de 15 anos de idade, Miley Cyrus, que começou como protagonista de um seriado da Disney e, hoje, é o maior fenômeno infanto-juvenil da indústria fonográfica e, surpreendentemente, do cinema. Hannah Montana & Miley Cyrus - Show: O Melhor dos Dois Mundos começa com força total e um fascinante visual, que, aliado à tecnologia 3D, coloca o espectador dentro do filme, ou melhor, do show. E é isso que seus fãs mais querem.

Mas, semanas antes, tudo foi trabalho duro na vida de Miley, sua banda e seus dançarinos, que ensaiaram à exaustão. No comando dessa preparação - que intercala os números musicais do filme - está Kenny Ortega, coreografo e "pai" de High School Musical. Ele tem uma difícil missão: superar a expectativa do gigantesco público que vai lotar estádios na turnê norte-americana de Miley. As cenas de making of, porém, são poucas, e o objetivo do filme é mesmo transportar o público para dentro daquele visual deslumbrante.

Não há nada de inovador no show de Hannah Montana/Miley Cyrus. Metade do espetáculo é comandado pela personagem da série - com suas canções positivistas, cheias de moral como "orgulhe-se de ser quem você é", "ninguém é perfeito" e "eu sei que encontrarei meu caminho no tempo certo". É delírio puro, quase um culto mirim, levado ao máximo por uma platéia, devidamente acompanhada dos pais, que canta todas as canções num coro uníssono. E, ao contrário do espectador do filme, não vêem o show visual provocado pelo uso dos recursos 3D, que ampliam de forma latente a experiência de se assistir a um espetáculo como esse.

Na metade do show, tanto a cantora quanto o público dividem um momento de amadurecimento. Enquanto a banda teen Jonas Brothers - o momento mais fraco de todo o espetáculo, especialmente se comparado ao carisma constante de Miley - entretém a platéia, Hannah vai para os bastidores, sofre uma transformação minuciosamente cronometrada e ensaiada pela equipe liderada por ninguém menos que sua mãe. É como um pit stop da Fórmula 1: não pode haver erro.

A segunda parte começa e, agora, é a vez de Miley, que brinca com emoções, evoca um pouco de assanhamento juvenil, mas nunca tira os olhos de seus ávidos fãs. É um outro tipo de show, como tudo que as divas pop têm direito, entretanto, com uma grande diferença: ela faz tudo isso e ainda tem só quinze anos. Uma espécie de hipnose leva aquela garotada a ter ataques histéricos a cada sorriso, piscadela ou aceno da cantora.

Um pequeno intervalo de bastidores antecede o maior momento dessa parte do filme. Miley e seu pai, o músico Billy Ray Cyrus, comentam a canção I Miss You, que a garota escreveu em homenagem ao seu falecido avô. Esse momento "pai e filha" serve para todas as pessoas presentes na platéia, pois mostra aos "acompanhantes" que eles acertaram ao levar seus rebentos ao espetáculo.

Ela volta ao palco (ou seria uma grande sala de estar?) sozinha e descalça, como gosta de ficar em momentos mais íntimos, com seus fãs completando o cenário. Somente esperando e observando. Apenas um violão acompanha a voz intensa de Miley, que emociona ao compartilhar aquele momento de tristeza, transformado em boa música, com alguns amigos. O fato desses amigos serem milhares de meninas e meninos hipnotizados e cativados por essa outra garota não tem nenhuma importância. A noite já valeu a pena e, para quem assistir ao filme, vale o ingresso.


Quem é o colunista: Fábio M. Barreto adora escrever, não dispensa uma noitada na frente do vídeo game e é apaixonado pela filha, Ariel. Entre suas esquisitices prediletas está o fanatismo por Guerra nas Estrelas e uma medalha de ouro como Campeão Paulista Universitário de Arco e Flecha.

O que faz: Jornalista profissional há 12 anos, correspondente internacional em Los Angeles, crítico de cinema e vivendo o grande sonho de cobrir o mundo do entretenimento em Hollywood.

Pecado gastronômico: Morango com Creme de Leite! Diretamente do Olimpo!

Melhor lugar do Brasil: There´s no place like home. Onde quer que seja, nosso lar é sempre o melhor lugar.

Atualizado em 6 Set 2011.