Guia da Semana

Dizem as más línguas – ou boas, por que não? – que a vida começa só depois dos 40. Mas o quase cinquentão Paulo Ricardo (completa 50 anos em setembro de 2012) parece não dar bola para isso. Após hiato de nove anos, o músico carioca juntou-se de novo aos companheiros de RPM e lançou recentemente o CD Elektra.

E energia parece que não está faltando pra ele, que é visto por aí com cabelo um pouco mais longo e barba por fazer, preservando a imagem de galã. “[Energia] é como sexo: quanto mais se faz, mais se quer fazer. Mas com o tempo aprendemos a administrar melhor as coisas, tanto no palco como fora dele”, esclarece.

Em meio a todo esse turbilhão de novidades, Paulo reservou um tempo para falar com o Guia da Semana sobre seu momento, sua carreira e sua vida em São Paulo.

Guia da Semana: O que tez fez vir morar em São Paulo? Foi difícil se acostumar à cidade?
Paulo Ricardo: Não, pelo contrário, foi amor à primeira vista. Vim pra Sampa porque meu pai, que é militar, foi transferido pra cá, quando eu tinha 14 anos.

Quais são os pontos positivos e negativos de Sampa e do Rio?
Simples. O Rio é melhor de dia e São Paulo, à noite.

Mora atualmente em qual bairro de São Paulo? Quais lugares de lá costumar frequentar?
Moro nos Jardins e vou sempre ao Paris 6, do meu amigo Isaac, e ao Salvattore, do meu amigo Jan Milan, no Itaim, além de malhar na Cia Athlética e frequentar o Café Octávio, na Faria Lima.

Você se considera mais da noite ou do dia?
Depende. Normalmente, sou diurno durante a semana. Adoro acordar cedo, escrever pela manhã, malhar, etc. Mas costumo brincar que, em dias de show, temos que acertar nossos relógios pelo horário de Tóquio, ou seja, dormir de dia pra estar descansado pra subir ao palco à noite.

O que mudou nos seus gostos e preferências com o passar dos anos? É do tipo que opta por ambientes mais calmos?
Não necessariamente. Depende do programa. Mas adoro viajar tanto quanto ficar em casa. Quase tudo depende da companhia, na verdade.

Você surgiu meio como um galã do rock. Como você enxerga essa transição de ícone jovem das paradas de sucesso para o que é hoje sua carreira?
Não faço ideia.

Qual era sua rotina nas horas vagas antes desse retorno ao RPM e, agora, com a volta do quarteto?
Rotina é uma coisa difícil de se conseguir no rock’n’roll. Acho que antes estava ocupado tentando organizar minha vida pessoal. Mas o RPM nos toma todo o tempo. Quando não estamos viajando, estamos divulgando o novo CD, Elektra, compondo ou procurando novas e melhores maneiras de fazer o que fazemos. O que não é trabalho nenhum, na verdade, é tudo muito prazeroso.

Mantém uma rotina de exercícios para se preparar?
Academia três vezes por semana, com 45 minutos de corrida.

E quando quer ouvir uma boa música, quais lugares frequenta?
Depende do gênero. Sala São Paulo pra música clássica, Auditório Ibirapuera pra MPB e o Credicard Hall pra pop rock.

A música 'Louras Geladas' é considerado um grande hit do RPM. “Elas” ainda “são” sua preferência?
Nunca foram! Na verdade, a canção justamente brinca com esse clichê de que os homens preferem as louras. O que mais aprecio, não só nas mulheres, é a inteligência, o caráter e o bom humor. O resto é tinta! [risos]

Por Emerson Viana

Atualizado em 10 Abr 2012.