Guia da Semana

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Quando bem cuidados e treinados, cães são companheiros divertidos e leais. Porém, seus atos refletem algumas atitudes do dono e, dependendo de sua rotina, os animais podem até se tornar perigosos. Todos os anos, são registradas cerca de 150 mil ataques de cães no Brasil, a maioria em crianças.

Os pequenos não têm medo, têm pouca noção de força, podem irritar um cão sem saber e acabar se expondo ao perigo. Por terem quase a mesma altura que o cachorro, são atingidos principalmente na face e, para se proteger, usam as mãos e os braços como escudo.

Vale lembrar que os cães mordem para defender o que é seu, ou seja, dono, ninhada, território, objetos e comida. Também podem se tornar agressivos quando sentem assustados ou identificam alguma ameaça. Uma criança que está correndo e gritando pode assustar ou ser considerada uma presa.

Não é possível classificar certas raças como mais violentas. Algumas são mais pacientes com crianças, como Labrador, São Bernardo e Boxers. Raças como Pitt Bull e Rotweiller têm fama de serem hostis. Mas, isto só acontece porque geralmente estas são deixadas isoladas, presas em quintais. Criadas para serem cães de guarda que atacam intrusos e protegem a propriedade.

O adestrador de cães Marcio Cerqueira ressalta que é fundamental a socialização do animal. Ele precisa conhecer pessoas, outros animais, lugares, circunstâncias. Assim, saberá se relacionar com novas situações e identificará o que é realmente uma ameaça.

Foto: Morgue File
Segundo o adestrador, os pais devem prestar atenção aos detalhes. Caso o cão evite contato visual, urine no local onde a criança estava sentada, se afaste dela ou bloqueie sua passagem, significa que está incomodado com sua presença.

Quando acontece um ataque, algumas atitudes são fundamentais. Se for um animal conhecido, é preciso verificar as vacinas obrigatórias. Caso a criança atacada esteja com a carteirinha de vacinação em dia, precisa tomar apenas um reforço de antitetânica, para prevenir infecções. Se ela foi mordida por um cão estranho, outros procedimentos são necessários e serão tomados pelo médico no pronto atendimento.

O cão que atacou deve ficar sob observação, para ver se ele apresenta alguma doença ou outro distúrbio de comportamento.

Mesmo que tenha sido um ferimento pequeno os primeiros-socorros devem ser realizados. O cirurgião plástico Dr. Ruben Penteado avisa que é preciso tentar parar o sangramento por compressão da área atingida com gaze ou toalha limpa. Lavar com água corrente e sabão neutro, não aplicar nenhuma outra substância. É fundamental levar a criança imediatamente ao hospital. Quanto mais tempo demorar a atender, mais se agravará o caso.

Eventualmente o animal pode arrancar algum tecido, que, caso seja encontrado, precisa ser armazenado em recipiente frio e levado ao hospital. É possível tentar o implante.

Infelizmente as cicatrizes ficam para sempre. Mas, Dr. Penteado afirma que elas podem ser diminuídas ou "escondidas" com cirurgias plásticas. Em crianças, o processo de cicatrização é muito rápido e a marca tende a aumentar conforme o corpo se desenvolve. Neste caso, são necessárias cirurgias posteriores.

Dicas aos pequenos:

- Converse com o dono do cachorro antes de acaricia-lo;
- Evite colocar o rosto próximo ao fucinho do animal;
- Se um cão se aproximar, não corra. Cruze os braços e evite contato visual;
- Se for atacado no caminho para a escola, tente se proteger com jaqueta, cadernos ou mochila.
- Se enrole e cubra rosto e pescoço.

Fontes:
Dr. Ruben Penteado, cirurgião plástico, diretor do Centro de Medicina Integrada
Marcio Cerqueira, adestrador - www.marciocerqueira.com
www.dogsobediencetraining.com
www.guiaderacas.com
www.dogtimes.com.br

Atualizado em 6 Set 2011.