Guia da Semana

Foto: Getty Images


Isis caminhava por ruas tortas e estreitas, sua cabeça girava, os olhos voavam em todas as direções da rua, procurando um ponto de referência conhecido, alguém conhecido.
Compreender.

Compreensão era o que ela precisava naquele instante. Estava perdida, sem direção, desnorteada. Nunca havia visto aquele chão formado por pedras irregulares, cinzentas e manchadas, e de algum material viscoso preto. O céu estava nublado, completamente.

Nem um raio de sol parecia se esforçar a atravessar o espesso bloco de concreto que cobria a cidade cinzenta. Olhando em volta, nenhum sinal de vida humana, a cidade era desértica. Dos lados, os edifícios e casas pareciam ameaçadores ao quererem deixá-la abafada, sufocada. Era como se os prédios parecessem querer tombar para cima de si a cada passo, a cada busca cansativa por simples oxigênio que cada vez mais parecia difícil de achar naquela situação.

Fechou os olhos e abraçou os próprios braços descobertos, estava gelada, sua boca tremia ao tentar respirar. Precisava entrar em algum lugar, esconder-se, foi o que lhe veio como um baque na cabeça. Tentou com todas as forças correr até os edifícios e tentar entrar neles, bateu nas portas e tentou forçar sua entrada, porém era inútil, tudo estava trancado. A cada passo, parecia que suas pernas ficavam mais e mais cansadas.

Parou no meio de uma rua, exausta, apoiando as mãos nos joelhos cansados e arfando. Foi quando levantou a cabeça e se deparou com uma mulher, olhando-a diretamente nos olhos, a menos de dois dedos de distância dela. Isis, assustada, por intuição, deu alguns passos para trás, o coração tamborilando rapidamente no peito, parecia querer quebrar sua caixa torácica.

- Com medo, Isis? - Perguntou a mulher pálida de cabelos longos e brancos esvoaçantes, embora ali não tivesse sinal nenhum de vento.

- Quem é você? - Indagou Isis na defensiva.

- Será que importa realmente quem eu sou? - Devolveu a mulher a pergunta, que não obteve resposta qualquer.

Sempre que alguém a intimidava, Isis agia assim, na defensiva. Não falava nada. Os braços cruzados em frente ao peito e os calcanhares cruzados já diziam tudo.

- De que adiantaria fugir, Isis?, perguntou a mulher de forma intimidadora, parecendo perfurá-la com aqueles olhos verde-escuros. - Olhe em volta, é uma cidade desértica, não há mais ninguém aqui, apenas você.

Apenas eu e você, Isis pensou em dizer.

Quem é a colunista: Adolescente, estudante, autora do livro as Bruxas de Westfield e bookaholic assumida.

O que faz: Escrevo contos e livros quando não estou estudando para as provas do terceiro colegial.

Pecado gastronômico: Chocolate, de preferência, meio amargo.

Melhor lugar do mundo: Praia.

O que está ouvindo no carro, rádio, mp3: Switchfoot, Katy Perry, The Kooks, Oasis e Capital Inicial.

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Atualizado em 6 Set 2011.