Guia da Semana

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"Banhinho é bom, banhinho é bom, banhinho é muito bom". A famosa música do Castelo Rá-Tim-Bum estimula e ensina as crianças a tomar banho e ajuda a tornar o momento mais divertido. E faz bem: essa hora não é só obrigação e uma questão de higiene diária, é também momento de aprendizado e entretenimento.

Enquanto os pais driblam os pequenos com brinquedos, mordedores e músicas divertidas, os bebês e as crianças aprendem - e muito - com tudo o que lhes é apresentado. E todos os sentidos participam da brincadeira, principalmente a visão e o tato.

Por isso, nada melhor do que aproveitar o verão para esticar o tempo na banheira e levar os pimpolhos à praia e à piscina. Valem também banho de mangueira e com pequenas bacias com água.

"O aprendizado está em todos os lugares. Na água, é possível desenvolver todos os sentidos, até mesmo o paladar, já que não é preciso engolir água para perceber a diferença entre a salgada, a doce e a com sabão. E é nessa hora que os pais devem explicar essas diferenças", diz Katia Silvestre Mastrangelo, pedagoga, psicopedagoga e voluntária do Nani (Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil) da Unifesp.


Para todas as idades






Para Luciene Paulino Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano e pesquisadora do Gepem (Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral - Unicamp/ Unesp), a água é uma oportunidade de desenvolver a inteligência a partir de novas sensações e da criatividade, que devem ser exploradas conforme a faixa etária.


"De zero a três anos, a aprendizagem é sensório-motora e os pais devem movimentar a criança e os objetos na água e explorar a temperatura, os sons da água, o seco e o molhado. É a fase de mostrar para a criança que a ação dela provoca uma reação, seja de espirrar água, de fazer barulho ou de movimento", explica.


Já para a fase seguinte, a partir dos três anos, é hora de usar e abusar da criatividade e da imaginação dos pequenos. "Nessa faixa, além da parte sensorial, a criança desenvolve o pensamento e a consequente capacidade de encontrar respostas. É momento de representar e associar. Os movimentos da água viram as ondas do mar, a criança vira pirata e o copo com água pode virar uma cachoeira", completa Luciene.

Para fazer da água uma verdadeira aula, não é preciso gastar muito nem comprar brinquedos novos. "Bexigas são ótimas aliadas. A criança pode enchê-las com água e, com isso, perceber que água tem peso e que ocupa lugar. Outra opção é usar rolos e pincéis grandes para pintar muros com água, usando a criatividade e observando o processo de secagem".

Outras boas opções são os livros de plástico - feitos especialmente para a hora do banho - e brinquedos de borracha ou plástico. "Os livros ajudam a trabalhar a imaginação da criança ao ouvir histórias, e os brinquedos podem representar os personagens", completa Katia Mastrangelo.

A pedagoga recomenda ainda os adesivos decorativos para boxes e banheiros, que estimulam a imaginação e tornam o banho ainda mais agradável. "Com eles, a criança pode criar histórias, dar nome a personagens e criar cenários. Já para a praia e a piscina, devem ser estimuladas as brincadeiras em grupos, com bolas, por exemplo".



Benefícios da Água



Vídeo: TV Cultura


Mas, afinal, por que a água atrai tanto os pequenos - e os nem tão pequenos assim? De acordo com Alfredo José Ferreira Neto, fisioterapeuta e especialista em hidroterapia, além de refrescar, a água estimula a liberação de catecolaminas pelo organismo, substâncias responsáveis pela alteração de humor.

"Quando colocamos a criança na água morna, por exemplo, a reação de satisfação é instantânea e podemos notar facilmente o sorriso dela. Na água, há maior liberdade de movimentos, e o corpo todo é trabalhado: coordenação motora, equilíbrio, motricidade global e motricidade fina", explica.

As catecolaminas, que englobam hormônios como a adrenalina, possuem efeitos excitatórios e proporcionam o aumento da atividade psicomotora - tão trabalhada no mundo aquático.

Por todas essas propriedades, as brincadeiras na água estão entre as preferidas pelas crianças. E, se há uma aula da qual elas não costumam fugir, é justamente a de natação. "Durante as aulas, também desenvolvemos a propulsão, que é o deslocamento da criança na água. Percebemos que as que participam das aulas são mais ativas, comunicativas e extrovertidas e compreendem melhor o lúdico", diz Thiago Lopes, professor do Departamento de Natação da academia Competition.

Para você curtir ainda mais as férias de verão com as crianças, o Guia da Semana selecionou 12 brinquedos aquáticos e algumas dicas para garantir a segurança das brincadeiras. Não esqueça de usar a água com consciência e bom divertimento!







Atualizado em 10 Abr 2012.