Guia da Semana

Foto: Sxc.Hu


Converso pela internet desde os 12 anos, quando entrava em chats e fóruns para "fazer amigos". Sempre tive um círculo social restrito - gostava de dizer que era seletiva! - por causa da timidez, e me esconder atrás das teclas parecia perfeito. Hoje em dia, uso MSN, Twitter, Orkut, Gtalk e até e-mail por simples falta de tempo, já que trabalho e estudo. Amigos que não vejo há semanas ficam mais próximos, e damos até boas risadas (no melhor estilo "huahuahuahua").

As ferramentas de comunicação pela internet estão cada dia mais completas e ágeis. Meu tio Júnior, que é comandante de avião e está sempre viajando, faz videoconferências com minha tia Flávia e a filha deles, Catarina, de 5 anos, pelo Skype (uma espécie de telefone virtual). Eu, quando tenho um tempinho no trabalho, converso com meus amigos da faculdade sobre a prova do dia, ou com o meu namorado sobre o que faremos no final de semana. É claro que isso facilita a nossa vida, mas é apenas um paliativo para os momentos de correria e a impossibilidade de presença física.

Não podemos abrir mão de contato, do "olho no olho" e do calor humano. Os amigos que são exclusivamente virtuais (aqueles que sequer conhecemos) nunca serão tão próximos quanto os "reais", pois é um tipo de relação totalmente diferente. Existe amizade virtual, mas ela não pode ser comparada aos abraços, risadas e carinhos da amizade presencial. Quantas vezes apenas um olhar foi suficiente para que um amigo me entendesse?

Às vezes, caio na armadilha da Internet: em vez de ligar para a pessoa, mando um e-mail ou falo por MSN. É mais fácil, mais rápido e muito menos trabalhoso. Mas, assim como eu estou na frente do computador fazendo dezenas de coisas ao mesmo tempo, o outro também está, e isso tudo fica bem no meio da nossa conversa. Ruído na comunicação. Sem contar que cada um tem seu ritmo: há aqueles que respondem uma mensagem em segundos, outros que demoram mais do que 5 minutos (uma eternidade para alguém que está esperando uma resposta) e muitos que deixam o MSN ligado e vão jantar ou passear. Mais ruídos.

A verdade é que o online complementa o offline, e vice-versa. Ninguém mais tem tempo para falar com as pessoas apenas pessoalmente ou por telefone, e é ótimo poder contar com as opções virtuais. Da mesma forma, não dá para viver conversando com a tela do computador e imaginando que ela representa fielmente o seu amigo. O equilíbrio, como sempre, é bem-vindo, acompanhado do bom-senso em não descartar nem o real nem o virtual.

Leia as colunas anteriores de Fernanda Carpegiani:

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Ler é viver

Quem é o colunista:Fernanda Carpegiani - Uma jovem enérgica queaproveita a vida de uma forma intensa e particular.

O que faz: Jornalista apaixonada.

Pecado gastronômico: Batata Frita.

Melhor lugar do Brasil: Ubatuba - São Paulo.

Fale com ela: [email protected]

Atualizado em 1 Dez 2011.