Guia da Semana

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Os dentes começam a se formar na sexta semana de gestação, por isso, os hábitos da mãe podem afetar os dentinhos do neném. Para uma boa dentição, a gestante precisa ingerir quantidade suficiente de minerais, vitaminas e proteínas, a odontopediatra Dra. Célia Baldrigue diz que a receita é simples, basta ter "bons hábitos alimentares e acompanhamento odontológico".

A visita ao dentista é importante até mesmo para garantir uma gestação segura. Alguns estudos mostram que partos prematuros e desequilíbrio hormonal em bebês podem estar relacionados a problemas na gengiva da gestante, por isto, a consulta é necessária. Caso a gestante tenha feito um acompanhamento pré-natal com o dentista, a primeira visita do neném pode ser quando começam a surgir os dentinhos.

Além de cuidar da boca da futura mamãe, o dentista ainda ensina alguns cuidados sobre a maneira exata de higienizar a boca do bebê. Segundo a odontopediatra Dra. Célia Baldrigue, sempre, após cada mamada, é preciso limpar com uma gaze língua, bochechas e gengivas do bebê, "a mãe pode enrolar uma gaze no dedo e molhar em água filtrada". Já a odontologista Katharina Cardoso recomenda que a mãe passe uma solução com água oxigenada 10 volumes, na proporção de um copo americano de água para uma colher de chá de água oxigenada.

De qualquer modo, este procedimento é necessário, o leite que fica na boca ajuda na proliferação de fungos e bactérias, causando problemas como a candidíase bucal e o sapinho. Mesmo após as mamadas noturnas é preciso limpar a boca do bebê, por isto, Dra. Célia recomenda que as mães evitem amamentar seus filhos durante a noite, já que, no meio da madrugada, é difícil encontrar disposição para fazer a higienização.

Por volta do 6º mês costumam aparecer os primeiros dentes, são os dois incisivos inferiores centrais, que ficam na frente, situados na parte de baixo. Porém, há um intervalo entre o crescimento dos demais dentes e a arcada só fica completa quando nascem os últimos molares, aqueles dentes largos no fundo da boca; então, a criança fica com 20 dentes de leite. É importante que os pais fiquem atentos, se o filho não tiver dente algum até os 13 meses, pode estar com algum probleminha e precisa de tratamento.

A chegada dos primeiros

Quando os dentes começam a romper a gengiva, é natural a criança sentir coceiras, dores e irritação, levando a perda do apetite. Mordedores podem ajudar e são recomendados porque caso a criança não tenha um objeto próprio para morder, ela vai colocar qualquer outra coisa na boca. Este hábito pode causar diarréia e outras doenças. A odontopediatra recomenda especialmente os que são feitos em gel e devem ser mantidos na geladeira, pois o frio diminui a dor e o desconforto.

De leite

O incômodo vai diminuindo e é hora de cuidar dos dentinhos. No mercado há escovas próprias para limpeza dos primeiros dentes, elas têm cabeças pequenas e arredondadas, com cabo longo. "É muito importante prestar atenção ao cabo longo, assim, fica mais fácil para os pais ou responsáveis limparem com precisão a boca da criança". Os pequenos só devem começar a escovar os dentes sozinhos quando tiverem coordenação motora o bastante.

Para seus pacientes, Dra. Célia não recomenda o uso de creme dental comum até os 5 anos de idade, pois, as crianças costumam engolir a pasta, que é rica em flúor. Grandes quantidades desta substância podem causar a fluorose, surgimento de manchas esbranquiçadas nos dentes permanentes. Mesmo em crianças pequenas, a dentição adulta já está em formação, e, apesar de serem provisórios, os dentes de leite têm papel fundamental na saúde bucal posterior.

Sobre eles, Dra. Katharina ainda ressalta a importância do cuidado adequado, "Vale lembrar que o dente de leite não serve apenas como dentição de transição, é ele que estimula o crescimento e mantêm espaço para a formação da arcada permanente. Se não houver cuidado com os dentes de leite podem surgir cáries. Se a cárie evolui nesses dentes, podem causar canal, contaminação e até afetar a dentição permanente".

O Medo

Em seu consultório, Dra. Célia diz que recebe muitas crianças com os dentes cariados e eventualmente o tratamento de canal é necessário. Nesta hora, o profissional deve ter cuidado para não assustar o paciente durante o procedimento, pois, agulhas e brocas causam medo no pequeno.

Normalmente, crianças temem o dentista, simplesmente, porque não sabem o que é o dentista. Se os pais falarem sobre a importância de cuidar da saúde e como o odontologista pode ajudar, dificilmente encontrarão resistência ou birra de seus filhos no momento de visitar o consultório. Mas, em casa, os adultos podem atrapalhar e criar o pavor, por exemplo, quando contam histórias ruins sobre dentistas ou usam a clássica frase "se você não se comportar, vou te levar para tomar injeção".

Especialista

O odontopediatra associa psicologia e odontologia, é um dentista especializado que entende a mente infantil e sabe como deixar a criança tranqüila e segura. É o caso de Dra. Célia, fazendo brincadeiras, ela consegue a colaboração de seus pacientes. Um diferencial deste profissional é poder se ajustar no universo infantil. A doutora usa brinquedos e programa suas consultas para que não sejam longas demais. Além disto, ela também tem mais trato na hora ganhar a simpatia das crianças e convencê-las a largar um mal-hábito, a chupeta.

Dica

A doutora recomenda que, quando estiver próximo do aniversário da criança, os pais proponham a troca "Eu vou te comprar aquele presente, mas a dona da loja não quer dinheiro, ela quer uma chupeta! Posso dar a sua para ela?". Deste modo o pequeno vai ter a iniciativa de deixar a chupeta.

Fontes

Dra. Celia Baldrigue
Odontopediatra
Telefone: (11) 2966-0136

Dra. Katharina Cardoso Peixoto
Odontologista
Credenciada pela Dentalpar, Assistência Odontológica
Telefone: (11) 5094-4000

Atualizado em 6 Set 2011.