Guia da Semana

Por Dra. Crisleine Busico de Paula



Quantas vezes escutamos coisas do tipo: "nenê qué papá" ou "a mamã vai pega ága pro nenê"? Muitos pais acham perfeitamente natural falar assim com os filhos pequenos, pois acreditam que, falando como eles, garantem um melhor entendimento. Engano deles. A criança aprende por imitação, e nós, adultos, representamos uma referência de aprendizagem para ela. Portanto, temos que servir como modelo de fala para que, com o tempo, a criança possa falar corretamente.

Teoricamente, a criança adquire todos os sons da fala por volta dos cinco anos. Se não houver algum impedimento, será nessa fase que terá maturidade para emitir todos os fonemas corretamente. Alguns fatores podem retardar esse desenvolvimento natural, como o uso prolongado de chupeta e mamadeira, ou mesmo uma alimentação baseada em alimentos moles e de fácil mastigação. Assim, da mesma forma que não é aconselhável aumentar o furo da mamadeira nos primeiros meses de vida, não se deve oferecer à criança apenas o que seja fácil para ela mastigar. Alimentos fibrosos e carnes consistentes devem fazer parte do cardápio pois, além de serem nutritivos, ajudam no fortalecimento dos músculos da face.

A criança aprende a falar corretamente aos poucos, mas, desde bebês, são capazes de ouvir e entender. Conversar e cantar com seu filho habitualmente pode ser muito importante para seu desenvolvimento. Não só estimula a linguagem, mas fortalece o vínculo entre pais e filhos.
Veja abaixo algumas dicas de como a fala e a linguagem de crianças até dois anos podem ser estimuladas:

  • Manter o hábito de leitura;
  • Apresentar livros coloridos e com ilustrações;
  • Incentivar a brincadeira e jogos de imitação;
  • Usar frases curtas;
  • Reforçar palavras novas ditas por ela;
  • Conversar sobre suas ações quando estiverem juntos;
  • Contar histórias de livros conhecidos para ela;
  • Falar de modo claro;
  • Conversar sobre os lugares novos antes de ir, enquanto estiverem lá, e quando chegarem em casa;
  • Olhar nos olhos enquanto fala com ela;
  • Imitar e identificar sons (por exemplo, de cachorro, pássaro, sirene);
  • Descrever o que a criança está fazendo, sentindo e ouvindo.

    E não se esqueça, o mais importante é fazer com que estas experiências de falar e escutar sejam agradáveis e divertidas para a criança.

    Crisleine Busico de Paula é psicopedagoga, fonoaudióloga e orientadora educacional da Escola de Educação Infantil Estilo de Aprender em São Paulo.
  • Atualizado em 6 Set 2011.