Guia da Semana

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Se dedicássemos um pouco mais de tempo ao delicioso trabalho de observar e aprender a conhecer os sinais que as crianças nos transmitem, desde a gestação até a fase da adolescência, certamente a comunicação seria mais eficaz e as dúvidas seriam mais facilmente esclarecidas.

Quanta gente com problemas intestinais poderia ter tido suas fraldas retiradas antes do seu tempo adequado? Não há uma regra que diga que a criança tenha que começar a andar com 11 meses, 25 dias, 4 horas e 3 minutos. As crianças podem, por exemplo, andar entre os nove meses e os 2 anos, desde que não haja nenhum outro fator que chame a atenção do pediatra e de pais atentos. Cada criança tem seu ritmo, sua característica.

Entender, respeitar e não forçar

Assim é o momento da transição do berço para a cama. Esse é um grito de liberdade que, associado aos primeiros passos, pode transformar a casa em um local pouco seguro para esses desbravadores infantis. A saída do berço pode tanto ser algo natural como sofrido para cada criança. Estímulo, orientação e conversa aberta podem explicar os motivos da troca e ajudar nesse caminho.

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Quando o berço, em vez de reter e proteger a criança, passa a ser um "obstáculo a ser transposto", ou quando o bebê resolve que ele quer deixar de ser bebê e crescer, fiquem atentos. Essas podem ser ótimas dicas de quando iniciar esse processo, a princípio, baixando as grades do berço e orientando essa criança sobre as formas adequadas e os riscos ao subir e descer, para não que ela não se machuque.

Entre os 2 e os 4 anos de idade, a curiosidade, a maior capacidade física e a consciência corporal facilitam o senso de exploração do mundo ao redor. Mesmo assim, nenhuma mudança deve ser brusca e tudo deve ser conversado e explicado, mesmo que seja uma decisão já tomada. O interessante seria que a criança até participasse da escolha e da compra da sua cama nova e de seus complementos (lençóis, travesseiros etc), sendo cúmplice dessa transformação.

A primeira cama deve ser baixa, mais acessível, com cantos arredondados, inicialmente com uma meia grade, para proteção contra quedas, que pode ser retirada quando a criança já estiver segura e adaptada. Para evitar que a criança prenda sua cabeça nas grades, os espaços entre as colunas devem ser pequenos. Nunca coloque essa cama perto das janelas.

Explique as razões da cama, valorizando a mudança, o novo espaço e observe as reações da criança. Se vocês perceberem algum sinal de insegurança não eliminem o berço de vez. Se houver espaço, mantenham-no no mesmo quarto, ao lado da cama, para que a criança se habitue a esse ritual de passagem. O sumiço do berço pode ser encarado como um castigo ou uma punição e isso não costuma ser bem aceito pela criança, interferindo, diretamente, em sua quantidade e qualidade de sono, bem como em sua confiança nas atitudes de seus pais.

Uma dica: nascimentos e irmãos, separações, mudanças de escola ou de casa podem adiar o momento adequado para essa novidade.

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Quem é o colunista: Dr. Yechiel Moises Chencinski

O que faz: Médico pediatra e homeopata

Pecado gastronômico: Brownie da padaria Bella Paulista quente com sorvete de creme

Melhor lugar de São Paulo: Qualquer lugar num feriado prolongado (Avenida Paulista, por exemplo)

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Atualizado em 6 Set 2011.