Guia da Semana

Foto: Gabriel Oliveira
Da esquerda para a direita: Digão, Sandro, Cláudio, Bill e Julio

Para ser considerado bom, um músico precisa saber transformar influências e inspirações em um som original e, acima de tudo, contagiante. Sabendo disso, os integrantes da banda de pop/rock Primadonna sempre tiveram em mente alguns artistas da nova e velha safra, para fazer da música uma profissão. Em um passeio descontraído por uma loja de CDs, com direito ao tradicional frio da capital paulista, os meninos, que vieram direto do Rio de Janeiro, contaram tudo sobre suas maiores influências, a história da banda e ainda deram dicas de música. Confira!

Influências e inspirações
A história do tecladista Bill Bordallo com a música começou quando ele foi apresentado ao som do Legião Urbana. Depois, Bill conheceu estilos mais típicos do Brasil, como a Bossa Nova, e se apaixonou por mitos como Tom Jobim e Chico Buarque. No cenário internacional, o tecladista não deixou de citar os Beatles, que sempre figuram na lista de influências de quem vive da música. E ele explica o porquê: "No som dos Beatles você encontra de tudo. Além disso, eles se aprofundaram nos arranjos e foram pioneiros em muitas coisas, que até hoje são usadas".

Já Cláudio Costa, como um guitarrista que se preze, não deixou de responsabilizar Slash, o guitar man do Guns N´ Roses, pelo seu interesse pela música. "Eu queria ter uma guitarra por causa do Slash. Como não sabia tocar nada, posso dizer que essa foi a primeira banda que me despertou a vontade", conta o músico. Além do Guns, Cláudio fala de outras influências, que vão de Paulinho Moska a Tom Jobim. "Sempre fui mais rockeiro, então eu misturava as bases de porrada com as letras de amor", explica.

Na hora de compor, o músico busca inspiração naqueles que considera os "poetas brasileiros" e aposta em uma estratégia inusitada, porém eficiente. "Quando faço uma música, fico pensando se caras como Tom Jobim, Chico Buarque e o Paulinho Moska gostariam. Só aí, eu acho que ela é boa ou não", revela.

Foto: Gabriel Oliveira
Digão, Sandro e Cláudio dão uma olhada nos CDs

Quando o assunto é influência, o baixista Julio Guedes não nega o gosto pelo rock nacional e os seus maiores representantes. "No começo, eu era maluco por Legião Urbana, Capital Inicial e Paralamas do Sucesso", conta. Depois descobriu a música internacional e aí surgiu a vontade de tocar baixo. "O que mais me influenciou foi a Black Music com caras como James Brown e Stevie Wonder". Além dos dois maiores mitos do Black, Julio buscou inspiração também em Adam Clayton, o baixista do U2. "Acho que o baixo funciona bem dentro da música que eles fazem. Foi a partir desse momento que eu vi que o baixista tem que funcionar para a banda e não para ele mesmo", explica o músico.

Renato Russo, Cazuza, John Lennon, Paul McCartney, Jimi Hendrix, Mick Jagger... A lista de influências do vocalista Sandro Abreu é comprida, mas inclui verdadeiros mestres, dignos da admiração de qualquer cantor. "Ver caras como eles fazendo o que faziam naquela época era demais. E alguns como Lennon e McCartney nem eram verdadeiros cantores", conta. Já como showman, quem se destacou aos olhos do vocalista foi Jimi Hendrix. "Vê-lo tocando guitarra e cantando daquele jeito me impressionou", diz.

E para encerrar a relação de inspirações, Sandro cita Mick Jagger, o homem de frente dos Rolling Stones. "Ele canta bem e é um dos mais influentes que eu já vi, até pela sua postura de palco", explica.

Foto: Gabriel Oliveira
Cláudio e Bill conferem as novidades

A lista de Digão Lopes é menor, mas mesmo assim, o músico não economiza elogios aos bateristas Dennis Chambers, Neil Peart, do Rush, e Igor Cavalera. "Eles são caras fenomenais que eu admiro muito. Gostaria de poder juntar a técnica de todos eles", diz o músico.

No entanto, apesar das diversas bandas que foram lembradas pelos integrantes do Primadonna, a unanimidade é, sem dúvidas, o brasileiro Jay Vaquer. Todos, sem exceção, elogiaram o som do músico. "Jay Vaquer é novo, faz música honesta e chama atenção. Ele é sobrinho do Raul Seixas, conviveu desde cedo com música e isso que fez a grande história dele. Tava no sangue", justifica Sandro.

Sessão "Recomendo"
Depois de falar das influências e dos novos artistas, os meninos do Primadonna fizeram algumas recomendações para quem nunca dispensa conhecer um pouco mais sobre música. Divirta-se!

Bill Bordallo, tecladista: "Recomendo o CD da Céu, que mistura a coisa da música negra com sons eletrônico e nacional, como a MPB e até um pouco de samba. Além da Céu, recomendo também o CD ao vivo dos Los Hermanos, de quem eu sou muito fã. Por último, acho que vale ouvir o novo do Coldplay, Vila la Vida, que está bem legal".

Cláudio Costa, guitarrista: "Eu adoro Cachorro Grande, todo show que eles fazem no Rio, eu vou. Esse não é o último CD, mas é o que eu mais gosto. Acho que eles têm uma irreverência muito bacana, e tem uma influência grande de Beatles. Eles são uma das maiores bandas brasileiras do momento, e esse CD, além de bom, é divertido. Recomendo também os Los Hermanos, que escrevem muito bem. Céu também é muito bacana, a voz dela é muito bonitinha, muito original".

Julio Guedes, baixista: "Escolhi o disco do U2, Achtung Baby, porque foi a primeira banda que me chamou atenção. Esse foi o álbum da mudança da carreira deles e quando o disco saiu todo mundo achava que U2 não era mais o U2. Dois ou três meses depois, virou um dos principais discos da banda".

Digão Lopes, baterista: "Eu sempre escolho por causa dos bateras, técnicas e coisas do gênero. Então, fui no Rush. Com esse CD, o Moving Pictures, eu conheci Sawyer e YYZ, que são algumas das músicas mais conhecidas da banda e as minhas favoritas. Esse é meu CD predileto do Rush, meu CD de cabeceira. E da música atual, eu indico o Cavalera Conspiracy, que é a volta tão esperada do Max e do Igor Cavalera. Sempre curti muito Sepultura, então a volta dos irmãos era uma coisa que não esperava. E quando rolou a notícia, ninguém acreditava. Quando saiu o lançamento, eu fui à loja e comprei, nem quis saber preço nem nada, peguei, comprei e não me decepcionei. É realmente excepcional o disco".

Sandro Abreu, vocalista: " U2 e Lenny Kravitz são caras que não fazem o normal. Caras que cantam muito, compõem muito e que tem uma postura não só de cantor, mas de frontman mesmo. O U2 é uma banda que eu gosto muito, não só pelo Bono ser esse cara que ele é, mas com a idade que ele tem hoje, fazer isso que ele faz da maneira como ele faz, é sensacional. Esse álbum do U2, o Joshua Tree, chama atenção porque três grandes clássicos da banda estão nele: Where the streets have no name, Still haven´t found what i´m looking e With or Without You. O Lenny Kravitz é um cara que sempre buscou ir contra tudo que vinha e o disco novo, Love Revolution, está muito bom. Nesse álbum, ele trouxe um som mais cru, mas com levada bacana. E, claro, Jay Vaquer, que tem um som bacana com letras ótimas".

Saiba mais sobre o Primadonna
Conheça o som do Primadonna

Preços:
? Céu (Céu): R$ 24,90
? Los Hermanos na Fundição Progresso - 09 de Junho de 2007 (Los Hermanos): R$ 19,90
? Viva La Vida or Death and All His Friends (Coldplay): R$ 28,90
? Pista Livre (Cachorro Grande): R$ 23,90
? Achtung Baby (U2): R$ 34,90
? Moving Pictures (Rush): R$ 16,90
? Inflikted (Cavalera Conspiracy): R$ 34,90
? Joshua Tree (U2): R$ 34,90
? It´s Time For a Love Revolution (Lenny Kravitz): R$ 29,90

Colaborou:
Nádia Sousa
Assessora de Imprensa da Livraria Saraiva Mega Store do Shopping Pátio Paulista


Atualizado em 6 Set 2011.