Guia da Semana

Foto: Arquivo Pessoal

Júlia (7 anos) é ginasta oficial mirim de Guarulhos, São Paulo

O esporte no Brasil ganhou destaque nos últimos tempos. Não somente por títulos que diversos atletas ganharam no Pan Americano ou em outros campeonatos mundiais, mas também porque será palco dos dois eventos esportivos que mobilizam o mundo: Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016).

O país, que um dia foi apenas a pátria da bola no gramado, hoje abraça e consagra modalidades como natação, tênis, ginástica olímpica, vôlei e outras. Com isso, cria atletas de alto nível, como César Cielo e Daiane dos Santos, além dos muitos jogadores dos campos e das quadras que dão certo tanto no Brasil quanto no exterior. Em ordem direta, tornam-se ídolos de muitas crianças que passam a praticar esportes, graças aos pódios conquistados nos torneios em que esses atletas participam.

Espelho do bem

Motivados pela grande exibição dos esportistas pela mídia, a criançada quer ser como eles. "Com a crescente exposição dos atletas famosos, os pequenos acabam por se espelhar neles para a escolha de determinada modalidade. E é preciso também que eles tenham comportamentos exemplares para que sem sejam 'os heróis' da criançada", comenta a tenista Patrícia Medrado, que também é a fundadora do Instituto Patrícia Medrado, responsável pela implantação do tênis em escolas da rede pública e clubes de São Paulo.

Não somente os atletas são essenciais para o incentivo da prática de esportes, mas também os pais são fundamentais para que o filho continue se exercitando. Para a professora de natação especializada em portadores de Síndrome de Down, Fernanda Janini Figueiredo, "os pais incentivam e muito seus filhos para essa modalidade. Além disso, eles até os motivam na participação de campeonatos e estão sempre na torcida. Eu tenho um aluno que fala orgulhoso que é o 'César Cielo' da equipe. Tenho alunos muito comprometidos com o esporte".

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A tenista Ingryd Calixto da Silva (dir.). Gosto pelo esporte desde cedo

Eu quero ser atleta!

Com opções de sobra, basta deixar que a criança escolha a modalidade que mais se identifica e acompanhar a sua adaptação. A do lar Andréa Hidalgo Gobetti Gonçalves e seu marido, o executivo de vendas, Luiz Marcos Gonçalves Junior, optaram em colocar seus filhos, Willian (10 anos) e Júlia (7 anos), primeiro na natação para que os pequenos aprendessem a nadar. "Depois, cada um tomou gosto por um esporte diferente. O Willian hoje joga futebol de salão, sendo o goleiro de sua equipe e é fã do goleiro do São Paulo, o Rogério Ceni. Já a Júlia tomou gosto por jazz e passou a fazer ginástica rítmica. Apesar de não ser da mesma modalidade, ela possui uma admiração enorme pela ginasta Daiane dos Santos, não perdendo uma apresentação dela nos campeonatos em que participa", diz Andréa.

Mas há aqueles que tomam gosto por determinado esporte e tomam a iniciativa de praticá-lo. Os pais da aluna de tênis Ingryd Calixto da Silva, de 16 anos, contam que ela optou por esse segmento desde muito cedo. "Ela escolheu praticar porque gostou muito e se familiarizou com o esporte, principalmente porque foi influenciada por grandes atletas que se destacaram e se destacam no circuito profissional, como Gustavo Kuerten, por exemplo. Esses atletas se tornam fontes de inspiração para nossas crianças, as incentivando para a prática", explica o vendedor e técnico em máquinas para construção, Jorge Luiz da Silva.

Já o supervisor financeiro Jean Oliveira dos Santos, pai de três filhos - Matheus (10 anos), Guilherme (5 anos) e Murilo (1 ano) - sempre leva os dois maiores para jogar futebol com ele nos fins de semana. "Hoje quem pratica constantemente é o Matheus e, na verdade, foi ele quem optou pelo futebol de campo, por gostar e acompanhar pela televisão os grandes jogadores do futebol nacional".

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A mãe coruja Andréa Gobetti e Willian (10 anos). Hoje é goleiro do time de futsal da ACM de Guarulhos, instituição filantrópica sem fins lucrativos, que atua no desenvolvimento social de crianças, adolescentes e adultos, principalmente na prática de esportes

Mais motivação

Não somente os atletas de sucesso e a vinda grandes eventos motivarão nas crianças o interesse por esportes. É preciso também investimentos do governo nesse quesito para que haja maiores possibilidades de acesso para todas as classes. "É preciso criar um projeto de porte olímpico para o Brasil. Aí sim nossas crianças serão motivadas realmente para a prática de esportes. E é necessário mantê-lo depois com mais investimentos no esporte", comenta o coordenador da Escola de Esportes da Universidade Metodista, Rogério Toto.

Com todo esse espelho para os pequenos, o resultado parece ser positivo. "O Brasil vai passar a falar, ouvir e ver muito mais sobre esportes nos próximos anos. A mobilização da sociedade em torno do assunto vai afetar positivamente a rotina do brasileiro. Por causa das Olimpíadas, outras modalidades menos conhecidas vão chamar a atenção das crianças, as escolas incentivarão mais a prática e diversos eventos esportivos serão realizados. Praticar esporte vai virar moda", finaliza a professora de tênis Patrícia Medrado.

Atualizado em 6 Set 2011.