Guia da Semana





Praticar esportes para manter a saúde em dia e o corpo em forma não é uma regra só para os adultos. Os exercícios também são fundamentais para o desenvolvimento físico e mental das crianças, mesmo para os menores de cinco anos. Por mais que pareça muito cedo ver alguém desta idade dando braçadas na piscina, lutando judô ou dançando ballet, os especialistas garantem que quanto antes iniciada uma rotina esportiva, mais rápido a coordenação motora e vida social serão desenvolvidas.

Antigamente,um quintal amplo e as brincadeiras como pega-pega e a queimada já supriam as necessidades dos pimpolhos. Mas com espaços cada vez menores e a falta de segurança, ficou mais comum o surgimento de pequenos sedentários. Pensando nisso, diversas academias já estão abrindo espaços para a molecada, que começa a queimar calorias cada vez mais nova.

Brincando de atleta

Os esportes aquáticos, como a natação, continuam sendo os mais indicados para crianças menores. "Nessas aulas temos a presença de bebês a partir de seis meses e crianças que ainda não aprenderam a andar. É uma boa oportunidade para elas terem o primeiro contato com o esporte", afirma Guilherme Luiz Pinto da Silva,professor de educação infantil da Runner.

Além de ser a primeira atividade física, a piscina também pode ajudar na saúde mental dos mini-nadadores. "A água faz com que a criança tenha o primeiro contato com texturas diferentes, a diferença do frio e do quente. Ela vai se redescobrindo o próprio corpo, ajudando a construir um conceito corporal futuro", analisa a psicóloga Márcia Ferreira, especialista em relação familiar, que explica como essa atividade também pode beneficiar o contato com a mãe. "O vínculo é estabelecido de uma forma mais prazerosa. O bebê passa a perceber a mãe em outros momentos, além da amamentação".

Em grupo



A partir dos três anos, o leque de opções se abre, as crianças passam a ter mais foco e se concentram mais nas tarefas. É nessa idade que a capoeira, esportes com bola, lutas (para os meninos), ballet (para as meninas) e ginástica olímpica,podem ser introduzidos. Outra opção são as aulas de habilidades motoras, que combinam as brincadeiras de bola com princípios de vários esportes coletivos."São grupos com uma média de oito alunos, que aprendem a importância da coletividade, de saber passar a bola na hora certa, sempre de uma forma lúdica",diz Alan Rigamont, professor da Competition.

E como é durante esta fase que ocorre o desenvolvimento social, tais atividades coletivas, além de favoráveis para o desenvolvimento motor, colocam os pequenos em contato com situações fora de casa. "Esportes coletivos são ideais para filhos únicos, pois proporcionam um momento de aprender a dividir. É a partir daí que começa a autonomia da criança para o seu desenvolvimento" reforça Márcia.

Sem forçar

Se a criança for estimulada de forma correta, é provável que ela se interesse cada vez mais pelas atividades físicas. "Eu acho que o melhor caminho é que até os sete anos eles provem de tudo um pouco, para depois focar em algo mais específico, com que tenham mais afinidade, para que possam desenvolver o atleta dentro deles", aconselha Guilherme.

Além disso, é sempre bom lembrar que a sobrecarga de atividades não é saudável. É importante que se estabeleça um horário para os exercícios e outras atividades. O ideal é que até os sete anos, se pratique esportes duas vezes por semana, em horários de até 50 minutos. No caso dos bebês de até um ano, a frequencia deve ser ainda menor, com uma aula de 30 minutos por semana. "Os horários para as brincadeiras livres devem existir em qualquer idade. Assim, eles se desenvolvem,ao mesmo tempo que descobrem os seus limites", conclui Márcia.

Atualizado em 6 Set 2011.