Guia da Semana

Por Larissa Coldibeli

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O famoso "ficar" dos adolescentes ainda causa estranhamento em muita gente. Beijo na boca sem compromisso em quantas pessoas aparecerem na balada exige um desprendimento e tanto. Mas quando o que está em jogo é apenas uma necessidade física, não tem problema. As confusões acontecem quando entra sentimento na jogada. Namoros e amizades correm risco, ora por causa da competição entre amigos, ora por causa do ressentimento entre ex-namorados.

De tão rápida, a ficada às vezes é facilmente esquecida. Algumas meninas não se importam em "compartilhar" um ficante. Outras exigem exclusividade - se uma fica, o garoto se torna "proibido" para as amigas. Já os meninos não se importam tanto com a pegação, para eles, quanto mais melhor, por isso não se incomodam muito quando o amigo beija uma ex-ficante. Nessa história, quem se dá mal na maioria das vezes é a menina, que fica com fama de galinha.

Doença do beijo
Beijar tantas bocas, algumas delas desconhecidas, traz riscos à saúde. A mononucleose, também conhecida como "doença do beijo" é uma infecção transmitida pelo contato da mucosa (a boca) com saliva contaminada. Os sintomas são dor de garganta, febre, ínguas pelo corpo, dor de cabeça, falta de apetite, entre outros e demora de duas a três semanas para se manifestar. Como é causada por um vírus, não há tratamento, o próprio corpo produz anticorpos, mas medicamentos são utilizados contra os sintomas.


Eduarda: briga e mágoa
Eduarda Pereira (foto), 17 anos, passou por uma situação que não é rara hoje em dia: "Eu ficava com o cara há dois meses, estava até apaixonada. Mas a gente acabou terminando e uma semana depois, minha melhor amiga ficou com ele". O caso entre os dois não durou muito e a amiga tentou esconder. "Os dois transaram, ele era mais velho e eu fiquei sabendo por que a família dela descobriu", conta Eduarda. Situações como esta podem acabar com a amizade e com um relacionamento que tinha tudo para dar certo. Eduarda ficou meses sem falar com os dois. Depois, acabou perdoando, mas diz que as coisas nunca mais foram as mesmas: "Hoje nós convivemos, nos damos bem até, mas não existe a mesma confiança de antes".

Para a psicóloga Maria Laura Gomes, cada caso é um caso: "É uma questão muito particular. Isso pode acontecer por causa de uma concorrência que existe entre as mulheres, uma necessidade de auto-afirmação, ou por uma questão de identificação, de achar a amiga tão legal a ponto de querer ser como ela", esclarece.

Se algumas meninas fazem isso por provocação, para irritar a amiga ou o ex, entre os meninos é uma coisa natural. Thiago Macieira, 21 anos, já ficou com três amigas da ex-namorada, com quem esteve por 11 meses: "Não foi nada planejado, foi acaso mesmo, nos encontramos em festas e acabou rolando. Não sei se minha ex-namorada sabe, mas se souber, preferiu não tocar no assunto, porque temos contato até hoje e ela nunca falou nada", conta.

Thiago: 3 amigas da ex
Algumas pessoas brigam, como fez Eduarda, outras preferem colocar panos quentes. Thiago diz que se fosse o inverso, um amigo ficando com sua ex, seria uma situação muito desagradável: "Eu manteria a amizade com os dois, mas iria ficar muito mal". Ou seja: ele pode ficar com as amigas dela, mas ela não pode ficar com os amigos dele?! O garoto se defende: "Eu sempre tentei esconder da minha ex o fato de ter ficado com algumas de suas amigas, pois não sei como ela iria se sentir e eu não gostaria de magoá-la".

A psicóloga alerta que esconder o fato da outra pessoa nem sempre é por querer poupá-la: "Isso não é socialmente aceito, por isso algumas pessoas escondem sob o pretexto de querer ser legal com quem, na verdade, está sendo enganado". A verdade é que nesse troca-troca, alguém, mais cedo ou mais tarde, sai magoado.

Serviço:

Maria Laura Gomes - Psicóloga
Rua Doutor Franco da Rocha, 488
Telefone: (11) 9373-4335

Atualizado em 6 Set 2011.