Guia da Semana

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Esses dias, um amigo meu comentou como na nossa idade, vinte e poucos anos, já temos um histórico considerável de relacionamentos amorosos e seus respectivos desfechos. Explico: eu já levei fora, já terminei namoro, já fui terminada, já fui e voltei e fui e voltei e fui... Enfim, não tenho uma vasta experiência, mas há um passado, que não existia quando eu tinha 15 anos e comecei a gostar de alguém de verdade.

O primeiro término parece o fim da vida. E realmente é o fim de uma vida, aquela que você tinha antes de saber o que é se envolver com alguém, amar, conviver, brigar, conversar, resolver e, muitas vezes, acabar. Qual adolescente que não sofre as profundas e melancólicas dores do amor? Pensamos que nada mais importa se a pessoa não está do lado. Mais tarde, saberemos que o primeiro fim é só o começo de muitos outros.

É claro que não adianta falar isso para aquela pobre "criança" teen, até porque esta é uma fase pela qual todo mundo tem que passar. Mas é engraçado olhar hoje para trás e ver o quanto eu sofri, chorei, esperneei diante da minha primeira desilusão amorosa. Ainda hoje sofro por amor, mas não do jeito que era antes. Naquela época eu tinha expectativas enormes e muitos sonhos de como seria ter um namorado, amar e ser amada, viver uma vida a dois. E não entendia (confesso que ainda tenho alguma dificuldade), porque as coisas têm que acabar, por vezes de um jeito tão grotesco e quase desumano.

Lembro de ter dito, pensado e até escrito que "não é justo uma pessoa terminar um relacionamento! Os dois têm que estar de comum acordo". Parecia óbvio na minha cabeça ávida por um mundo de direitos iguais, que eu pudesse continuar em uma relação mesmo que a pessoa não quisesse. Afinal, a minha vontade também tem de ser respeitada. Mas era tudo uma desculpa para impor o que eu queria, e mais tarde eu veria que não vale a pena se esforçar quando o outro não fará o mesmo.

Superar a perda de uma pessoa querida, durante a adolescência, e sentí-la ser arrancada de nossas vidas é, com certeza, um dos piores sentimentos do mundo. Mas também, vejo por pessoas próximas, muito mais velhas, que não há idade para sofrer pelo término. Aprendemos que outros virão e vemos que o mundo não acaba junto com o namoro, ainda que saiba que um pedacinho de nós, da nossa história, morre ali, naquele adeus. Mas depois do primeiro, do segundo, do terceiro, nada parece tão definitivo. Pelo contrário, aprendemos a valorizar o momento, as pessoas, e a seguir em frente.

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Quem é o colunista: Fernanda Carpegiani - Uma jovem cheia de energia, que aproveita a vida de uma forma intensa e particular.

O que faz: Jornalista apaixonada.

Pecado gastronômico: Batata frita.

Melhor lugar do Brasil: Ubatuba - São Paulo.

Fale com ela: [email protected]

Atualizado em 6 Set 2011.