Guia da Semana


Todo mundo pensa em coisas ruins quando se depara com a palavra vício. Vício em bebidas alcoólicas (porque sim, existem outros tipos de bebidas sabe?), vício em cigarro, vício em jogo, vício em olhar a vizinha tomando banho, essas coisas. O problema é que todo mundo tem um hábito que virou vício, ou um vício que fica camuflado como hábito. Agora você pergunta: pombas, e a diferença entre hábito e vício então? O próprio dicionário considera vício uma coisa ruim, que você vai parar de fazer sofrendo muito. O hábito é tudo aquilo que você tem costume de fazer, mas que se não fizer um dia não vai morrer de abstinência. Tem gente que tem um sério hábito de tomar banho, coisa que devia virar vício.

Muito bonito até agora né? Agora, lembra dos hábitos que são vícios que não deixam de ser hábitos de novo? Eu, você, sua mãe, seu irmão, o vizinho barbudo, a professora mal-amada e todo mundo tem pequenos vícios que tornam nossas vidas melhores e mais produtivas, pelo menos pra gente. Por exemplo: o vício de comer. No meu caso o alvo são balas. Falando por mim, se eu não tiver um pacote de bala para destruir em menos de dez minutos eu fico doida.

Tem gente que precisa ler um livro para se acalmar (outro vício meu). Se não lê fica doido lendo dicionário, bula de remédio, jornal do ano passado e revista sobre um assunto muito chato. Existem aqueles que precisam estralar os dedos toda hora para sentirem satisfação ou aliviar o estresse nas pobres juntas, outros destroem qualquer papel que estiver por perto. Muita gente até precisa usar o Twitter todo dia pra se sentir feliz, sim, outro vício meu.

Ter um pequeno vício como esses que foram lembrados e milhões de outros não é um pecado. Não é algo errado enquanto não prejudicar alguma área da sua vida. Se as pessoas ficam incomodadas com isso, bom, ai é outra história. Tem gente que fica incomodada por coisas que nem conhece/nunca provou e acha que isso é correto. E não dá pra agradar todo mundo, então porque se preocupar com isso? É só estralar os dedos/chupar bala/contar fofoca/dobrar papel/bater na mesa com os dedos/cantar/fazer caretas/coçar a cabeça! Não é como um assassinato ou coisa assim. Sociedade implicante viu.

E só lembrando que esses pequenos vícios podem ser sinais até mesmo pra você (é! Você!) perceber se tem algo errado com o seu corpo. Pessoas que sofrem traumas como separação dos pais, fim de namoro ou nota ruim na escola acabam extravasando essa raiva acumulada nesses pequenos vícios. Pessoas muito nervosas ou ansiosas demais acabam seguindo o mesmo caminho. Você só não pode deixar que tudo isso impeça sua vida de seguir normalmente, nem a dos outros. Pode ser o máximo pra você abrir e fechar gavetas pra não estressar no serviço, mas te garanto que seus pais não vão gostar tanto da idéia. Ai o caso vira mais sério e pode ser até um TOC (Transtorno Compulsivo Obsessivo...Google na sigla!), que é doença e precisa ser tratado. Mas isso é outra história.

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Quem é a colunista: Thaís Ribeiro, nerdê.

O que faz: estágiaria e blogueira.

Pecado gastronômico: chocolate.

Melhor lugar do Brasil: São Paulo.

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Atualizado em 6 Set 2011.