Guia da Semana

Saiba quais são as principais modificações caso a reforma aconteça oficialmente segundo o autor do Manual de Redação e Estilo do jornal O Estado de São Paulo Eduardo Martins:

Alfabeto. As letras O k, o w e o y voltam a fazer parte do alfabeto.

Letras mudas. ação (em vez de acção), batizar (em vez de baptizar), direto (em vez de directo), adotar (em vez de adoptar), objeção (em vez de objecção). Se a letra for pronunciada, porém, poderá ser mantida, como em facto, sector, carácter, amnistia, sumptuoso. O idioma dos dois países diferirá ainda em formas como excecional e excepcional, conceção e concepção, perentório e peremptório, assunção e assumpção.

Trema. Desaparece no u pronunciado após g ou q: linguiça, aguentar, frequente, consequência. Persiste, porém, nas palavras derivadas de nomes estrangeiros: mülleriano (de Müller), hübneriano (de Hübner).

Acentuação. a) Extingue-se o acento nos ditongos éi e ói abertos das palavras paroxítonas (a sílaba forte é a penúltima): ideia (e não mais idéia), assembleia, apoia, joia. O acento se mantém quando o ditongo está na sílaba final e vem seguido ou não de s: fiéis, herói(s), corrói. Repare na confusão: herói conserva o acento e heróico o perde e se transforma em heroico. b) O acento diferencial permanece em pôde (para diferenciá-lo de pode, com som aberto) e pôr (por causa de por, preposição), e se torna opcional em fôrma. Desaparece, porém, nas outras palavras em que existia. Assim, pára (verbo), péla (verbo e substantivo), pélo (verbo), pêlo (cabelo), pêra e pólo passam a para, pela, pelo, pera e polo. c) As palavras terminadas em ôo, ôos e êem perdem o circunflexo: enjoo (e não mais enjôo), voos, creem (e não mais crêem), deem, leem e veem.

Hífen. a) Mantém-se nas palavras compostas: arco-íris, norte-americano, ano-luz. O sinal cai, contudo, em compostos nos quais ´se perdeu a noção de composição´. E o projeto cita paraquedas e paraquedista (hoje, pára-quedas e pára-quedista). Será difícil descobrir quais são os demais. b) Na prefixação, existe hífen sempre antes de h: semi-hospitalar, geo-história, sub-hepático. c) Se o prefixo ou pseudoprefixo termina por vogal e o elemento seguinte começa por r ou s, duplica-se a consoante: contrarregra, extrarregular, antissemita, ultrassonografia. d) Se o prefixo termina por vogal igual à vogal inicial do segundo elemento, existe hífen: anti-inflacionário, micro-onda, mega-ação, arqui-inimigo, contra-almirante, auto-ônibus. e) Se as vogais finais e iniciais forem diferentes, não haverá hífen: antieconômico, extraescolar, autoaprendizado, contraindicado, intraocular. f) Hiper, inter e super têm hífen antes de outro elemento iniciado por r: hiper-reativo, inter-relacionado, super-resistente. g) Circum e pan têm hífen antes de elemento iniciado por vogal, m, n e h: circum-escolar, circum-hospitalar, circum-murado, circum-navegação; pan-africano, pan-helênico, pan-mágico, pan-negritude. h) Ex e vice e os pouco usados sota, soto e vizo mantêm o hífen existente hoje: ex-presidente, ex-marido, vice-prefeito, vice-diretor, sota-piloto, soto-mestre, vizo-rei. i) Como atualmente, pós, pré e pró ligam-se com hífen a um segundo elemento ´que tenha vida à parte´: pós-graduação, pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-africano, pró-europeu. j) O texto assinala a inexistência de hífen nas locuções e cita expressamente: cão de guarda, fim de semana e cor de café, entre outras.

Atualizado em 6 Set 2011.