Guia da Semana





Após um ano inteiro de estudos, horas a fio sentado no banco da sala de aula ou debruçado sobre apostilas e livros didáticos, noites mal dormidas e crises de choro, chega o momento tão aguardado... ou temido. Sim, é a hora do vestibular, onde o estudante colocará à prova toda a preparação à qual se submeteu. Para alguns é um alívio finalmente livrar-se do estresse tirando da cabeça os exames que o assombraram ao longo do ano. Para outros é um momento de angústia, povoado de medos com a insegurança, cansaço, ataque de nervos e o "branco" na hora do exame.

Trava-se então uma corrida contra o tempo para absorver todo o conhecimento possível através de revisões, plantões e estudos extras. "Nesse momento, mais revisamos do que na verdade aprendemos. O importante é manter a calma. Toda hora é hora (de tirar dúvidas). Qualquer informação que puder entrar na sua cabeça é válida", diz Marina Pavan Fritoli, de 18 anos, que presta vestibular para o curso de Relações Internacionais. Esta correria pode, contudo, converter-se em um desgaste desnecessário, na medida em que muitos se submetem a cargas excessivas de estudo, o que invariavelmente se torna prejudicial para o rendimento durante o exame.

"É preciso ter uma vida normal, nada de querer aprender tudo de uma vez. Isso de intensificar (o estudo) e passar a noite em claro, é bobagem. Só atrapalha", diz o coordenador de vestibulares do Curso Anglo, Alberto Francisco do Nascimento. "É preciso manter o equilíbrio emocional, ter uma organização e, acima de tudo, saber estudar. Isto significa entender as matérias, seus conceitos, assimilá-los e desenvolvê-los não decorando fórmulas, mas fazendo associações úteis", completa.

"Ninguém aprende o conteúdo de última hora", sentencia Léo Paulo de Assis, professor e gerente editorial da Editora COC. "A palavra chave para um bom rendimento ao longo do ano é a rotina. O assunto apresentado em uma aula precisa ser estudado antes que se tenha outra aula dessa disciplina. Isso implica em estudar todos os dias. Essa organização permite que os assuntos sejam assimilados sem que sejam necessários períodos de desespero pelo fato de ter matérias atrasadas", explica ele, que aconselha o candidato, na véspera da prova, preparar-se procurando visitar o local de prova, verificando os meios de transporte para chegar lá, escolhendo o material (dois ou mais lápis, caneta, borracha e documento de identidade), reservar uma roupa adequada ao clima, evitar bebidas alcoólicas e dormir cedo.




E os pais? Como fazer para não só segurar a sua ansiedade como também a deles, que muitas vezes pode acabar refletindo-se negativamente sobre o desempenho do vestibulando? Segundo os especialistas, pressões e comparações com irmãos, parentes e até mesmo com sua própria trajetória, faz com que o pai se torne mais um peso do que uma ajuda neste momento.

"Isto não adianta. Os pais têm que dar apoio neste momento, acompanhando sem exageros. É preciso deixar o aluno em condições de se preparar com tranquilidade, ser pai e amigo. Se você confia em seu filho, dê apoio", aconselha Alberto Francisco do Nascimento.

Apesar de esforços demasiados de última hora não serem indicados, na reta final há dicas do que é preciso ser feito para não por tudo a perder na hora H. Confira algumas:

Manter um ritmo equilibrado de estudos - Evite sobrecarregar-se estudando tudo aquilo que foi visto ao longo do ano. Isso pode afetar sua autoconfiança. O ideal é manter a mesma rotina que foi estabelecida ao longo do ano, intercalando-a com momentos de descanso e lazer.

Atualize-se - Leia jornais, revistas e assista o noticiário na televisão. Atualidades são temas que poderão figurar na prova, principalmente nas redações. Estar a par do que está acontecendo torna mais fácil organizar seus argumentos, redigir o texto e também usar corretamente, quando necessário, termos relativos ao assunto.

Revisão - Aproveite este momento para sanar suas dúvidas. Vale recorrer a amigos, professores, resumos, anotações e fazer a prova de anos anteriores do vestibular escolhido.

Relaxe - É interessante combinar todo este procedimento com uma rotina de descanso. Dormir cedo, de 7 a 9 horas por noite, praticar atividades físicas, assistir televisão, ir ao cinema, papear com amigos e ver a paquera (sem exageros!) são algumas das coisas que, além de evitar o saturamento mental, também ajudam a obter maior disposição para retomar os estudos. "Ficar bitolado demais não funciona", diz Rodolpho Vieira, que presta vestibular para o curso de Audiovisual. "Tem que ficar calmo, saber do que é capaz e ir lá e fazer isso... aí não precisa ficar nervoso", aconselha.

Fotos: Getty Images


Atualizado em 26 Set 2011.