Guia da Semana





Guitar Hero, Winning Eleven, Street Fighter, Mario Bros, Playstation, XBOX 360, Nintendo Wii, Mini-Fazenda, Meu Ursinho Teddy, Fashion Flash, Care Bears Match Games, Record Tripping... Os pais que desconhecem ou que apenas ouviram falar sobre esses games ou marcas provavelmente estão por fora do universo eletrônico, um mundo que cada vez mais fascina as crianças.

Para os meninos, jogos de futebol, lutas, esportes, competição, tiroteio, máfia e velocidade. Para elas, salão de beleza, maquiagem, camarim, moda, arrumação do quarto, da sala e da cozinha, cuidados com a casa e com bebês, e passeios românticos. Não importa o tema, os jogos eletrônicos distraem, divertem e podem até educar as crianças.

"A atração das crianças pelos jogos eletrônicos vem exatamente da característica lúdica, na qual elas devem participar ativamente e exercitar sua criatividade, conhecendo e incorporando modos de se relacionar com uma determinada situação", explica José Novaes, psicólogo, professor da Universidade Federal Fluminense e conselheiro-presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro.

Mas, além dos jogos genuinamente eletrônicos, muitas brincadeiras se tornaram virtuais: jogo da memória, xadrex, paciência, palavras cruzadas, jogo da velha, pingue-pongue e sinuca. A internet tornou tudo mais fácil, rápido, interativo e acessível, mas virtualizou as relações e as brincadeiras e deixou os pequenos grudados na cadeira e na tela do computador.

"Não há tempo ideal, marcado, para a criança se dedicar aos jogos eletrônicos ou ao computador. Cabe aos responsáveis encontrar o melhor modo de usar esses meios para a educação e o desenvolvimento saudável da criança. Isso implica não apenas em regras gerais, mas principalmente em saber adaptá-las aos aspectos individuais da criança", orienta o especialista.


De volta ao mundo real




Os computadores e a internet são revoluções tecnológicas que merecem ser exploradas, mas é preciso acompanhar o que as crianças acessam. "Uma criança que só tenha contato com jogos e situações em que se apresentam comportamentos e atitudes agressivas, violentas e de desrespeito aos outros pode ter deformações em sua formação", diz o psicólogo. De acordo com o especialista, os pais não devem mascarar esses casos, comuns no "mundo real", mas sim mostrá-los às crianças e orientá-las da forma correta. "Não se pode negá-las nem escondê-las, mas é preciso referenciar as situações de maneira que a criança possa exercer e ser estimulada em seu espírito autônomo e crítico", comenta.

Aliado importante na educação e no entretenimento, o computador não pode ser o único "amigo" da criança nem uma válvula de escape para os pais, que não têm tempo ou paciência para estimular e participar de outras atividades com os filhos. "A criança não pode ficar várias horas do dia diante da tela, afastando-se da convivência com o mundo real, o mundo `lá fora´, que deve ser seu principal ambiente de vida", completa José Novaes.


Fotos: Getty Images

Atualizado em 6 Set 2011.