Guia da Semana

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A treinadora Sue é extremamente rígida e ao mesmo tempo divertida com os personagens de Glee

A estreia foi em 2009, o episódio-piloto chegou ao pico de 9 milhões de espectadores, as músicas são recordes de downloads no iTunes, flash mobs inspirados na série acontecem pelo mundo, a primeira temporada conquistou três premiações no Emmy 2010, o Globo de Ouro de 2010 de Melhor Série de Televisão, Comédia ou Musical e, em 2011, a série repetiu o primeiro lugar no quesito melhor série no Globo de Ouro, além de angariar os prêmios de Melhor Ator Coadjuvante para Chris Colfer e Melhor Atriz Coadjuvante para Jane Lynch. Essa é a série Glee, que realmente parece ter nascido para brilhar no mundo do show business.

Pelo menos é o que pensam grande parte da crítica e o seu imenso aglomerado de fãs, que extrapola as fronteiras estadunidenses. A justificativa para tanto sucesso é que a série sustenta-se por si só, sem precisar de um elenco estrelado para atrair audiência. A fórmula de ouro da trama baseia-se no formato - que une comédia e musical -, e principalmente no enredo, que se torna familiar para muitos adolescentes.

Temáticas típicas dessa fase - como bullying, conflitos de amor e a primeira vez - tornam-se os motes das histórias dos personagens de Glee. Até mesmo assuntos mais polêmicos e complexos, como homofobia e gravidez na adolescência, são mostrados na trama, ainda que de maneira estereotipada.

A música é a grande válvula de escape dessa turma, que traz a leveza para os problemas a serem enfrentados. Cada episódio é recheado de números de canto e dança embalados por uma trilha que vai desde sucessos recentes, como o Rehab de Amy Winehouse e a Poker Face de Lady Gaga, até clássicos como Another One Bites the Dust, do Queen e temas de musicais de respeito, como My Fair Lady e Les Misérables. Com a popularidade conquistada, o seriado tornou-se estrelar com a participação de nomes como Gwyneth Paltrow, Lady Gaga e Britney Spears. Com ajuda de seguidoras do Glee, o Guia da Semana levantou as principais características da trama que causam identificação com os teens da vida real e mostrou como elas são abordadas.

Bullying

Teoricamente o bullying é a palavra utilizada para descrever atos de violência física ou psicológica, com atitudes intencionais e repetidas. Entre os adolescentes essa prática acabou se tornando bem frequente, infelizmente. E os principais alvos são os colegas de sala, sejam jovens gordinhos ou bem magros, pessoas tímidas ou mais feias e, principalmente, homossexuais.

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Cena de apresentação do medley das célebres canções Don´t Stop Believing e Anyway You Want It

No universo Glee: essa temática é uma constante nos episódios, a começar pela situação de 'marginalização' social colocadas a todos os membros do Glee Club - clube de coral - New Directions. Participar do coral do colégio é sinal de ausência total de popularidade e torna-se motivo de perseguição pelos populares do colégio: os garotos do time de futebol americano. Para consumar a rejeição à turma, os caras costumam humilhá-la com banhos de raspadinhas.

Homofobia

O assunto tem tomado conta dos noticiários brasileiros nos últimos tempos, sendo que um dos acontecimentos do tipo mais chocante aconteceu em novembro do ano passado, quando cinco pessoas - sendo quatro eram adolescentes - agrediram um rapaz em plena Avenida Paulista, em São Paulo.

No universo Glee: é Kurt (Chris Colfer), que também faz parte do Glee Club, a principal vítima do preconceito contra homossexuais na escola McKinley High. Logo no início do seriado ele já se assumiu como gay e foi aceito por seu pai, que por sinal é o estereotipo de um homem rústico e rude, mas que convive bem com a homossexualidade do filho, que é sua única família.

Porém, no colégio Kurt é muito perseguido especialmente por um dos jogadores do time de futebol. No auge desse embate, o rapaz acaba beijando Kurt, mas, em seguida, ameaça-o caso a notícia do beijo venha à tona. É nessa fase que o estiloso Kurt muda para uma escola apenas de meninos, a Dalton's Academy, em que o líder do coral é gay e um possível pretendente de Kurt.

Aceitação

Uma das coisas mais complicadas para um adolescente é aceitar-se. Há sempre uma ânsia em querer ser mais bonito, mais magro e mais popular. Contudo, é necessário entender que é uma fase de profunda mudança no corpo e na personalidade. O segredo para felicidade nessa fase é gostar de si mesmo da maneira que é, sem necessidade de mudar nada, muito menos a essência, para incluir-se em algum grupo.

No universo Glee: os membros do clube passam pelo impasse de ter a ambição de serem aceitos pela elite do colégio, porém não quererem abandonar o sonho de vencer pela música. Para conseguir entrar para a equipe de líder de torcida, por exemplo, Mercedes (Amber Riley) é aconselhada pela treinadora Sue Sylvester (Jane Lynch) a emagrecer quatro quilos. A garota começa a passar mal pela falta de comida até se despertada por uma conversa com a amiga Quinn (Dianna Agron), que está grávida e com isso aprendeu a ter outra relação com a comida, pois precisou se alimentar de maneira saudável por ela e para o bebê.

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O elenco de Glee fazendo o símbolo que substitui o L de Glee e também faz alusão aos losers, como são chamados os fracassados na língua inglesa

Deficiências

A luta pela inclusão das pessoas com alguma deficiência nas ações cotidianas da sociedade está cada vez mais forte. As escolas estão abrindo suas portas para essa minoria e estão fazendo as adaptações necessárias tanto em sua estrutura quanto no ensino. Da mesma maneira, ações governamentais - a obrigatoriedade de rampas e adaptações na infaestrutura urbana, por exemplo - contribuem para a acessibilidade dos deficientes físicos.

No universo Glee: um dos cantores principais do coral é um cadeirante, o Artie (Kevin McHale). A falta de adaptação aos deficientes fica evidente a cada competição que o New Directions participa, pois não há ônibus adaptado para transportá-lo. Até que os membros Glee Club se mobilizam e fazem um mutirão para vender bolos e poderem alugar um ônibus acessível para o colega.

O episódio de Natal é um dos mais emocionantes e um dos motivos é que a treinadora de futebebol, Bestie, consegue um equipamento importado de Israel que funciona como pernas mecânicas para Artie e faz com que ele consiga dar alguns passos de pé. Ao longo dos episódios, Sue tem a possibilidade de mostrar que consegue ser bondosa, mas esse seu lado fica exposto apenas para sua irmã, que é portadora de Síndrome de Down. Na segunda temporada, Sue contrata Becky, que também possui Down, para ser seu braço direito.

Primeira vez

Ter a primeira relação sexual passa a ser uma preocupação para algumas pessoas durante a adolescência. A ansiedade é tamanha que nem sempre os parceiros são os ideais e a primeira vez acaba não sendo tão boa como se imaginava.

No universo Glee: o 15º episódio de Glee trata basicamente do tema 'a primeira vez' ao som das músicas da Madonna. O destaque fica para a apresentação de Like a Virgin, feita pelos três casais centro dessa história. A protagonista Rachel (Lea Michele) tenta perder sua virgindade com Jesse (Jonathan Groff), líder do clube rival Vocal Adrenaline, mas não consegue e resolve esperar. A conselheira do colégio, Emma Pillsbury (Jayma Mays) e o professor de espanhol Will Schuester (Matthew Morrison) também estão no clima, mas acaba não rolando nada entre eles.

O único casal que efetivamente tem sua primeira vez é Finn (Cory Monteith) e Santana (Naya Rivera). Porém, ao final, Finn se arrepende, pois aquilo não significou nada para ele, já que continuava gostando da Rachel. Ainda na temática sexual da primeira vez, há a gravidez indesejada de Quinn (Dianna Agron), que namorava Finn, no entanto, engravida de Puck (Mark Salling). Como foi rejeitada pela família, Quinn entrega seu filho para adoção quando ele nasce.

Atualizado em 1 Dez 2011.