Guia da Semana

Fotos: Gabriel Oliveira

O Mini Repórter do programa Brothers é o número um da classe, gosta de música clássica, faz inglês, natação e joga golfe. Vinícius Oka está na 4ª série e no quadro que apresenta aos sábados, na Rede TV, questiona os adultos sobre os seus maus hábitos, como agressão, fumo e desrespeito às leis, sempre transmitindo uma crítica social. Engana-se quem pensa que as entrevistas são ingênuas e sem graça. O garoto de dez anos coloca as pessoas na parede e não tem medo de falar grosso quando precisa.

Em casa, assiste Padrinhos Mágicos, Bob Esponja e documentários com o pai. Gosta de filmes de ação, como Indiana Jones, mas prefere os vilões, como o Coringa (Heath Ledger), de O Cavaleiro das Trevas. Na cozinha, não deixa a sua mãe quieta e adora inventar novas receitas. Confira abaixo a entrevista com o garoto que adora dar broncas nos adultos.

Como foi o início da sua vida artística?
Vinícius Oka: Eu queria fazer teatro desde os três anos. Na minha primeira peça, Histórias de Cordel, eu era um diabinho. Trocava vinte anos de honra e alegria pela alma de qualquer pessoa. Estava fazendo a peça quando o produtor do Comando Maluco (SBT), do Beto Carreiro, me chamou para fazer o programa no SBT, em 2007. Fiz até a morte do Beto, em janeiro. Daí eu saí e entrei nas pegadinhas da Record, antes de passar no teste com Fábio Embu, diretor do programa Brothers. Agora estou aqui como Mini Repórter.

Qual a principal função do Mini Repórter?
Vinícius Oka: Dar bronca nos adultos porque não fazem as coisas direito! Eles fumam, param em fila dupla, acabam com as árvores, não atravessam na faixa e têm medo de fazer exame de próstata.

Por que escolheram aquele visual para o Mini Repórter?
Vinícius Oka: Gosto de vestir terno e principalmente, porque ele é um repórter. Não chamam de repórter mirim porque não é. É tão esperto quanto um repórter, só que de tamanho reduzido. Então ele usa terno, paletó, gravata e sapato.

Essas externas da gravação não atrapalham o estudo?
Vinícius Oka: Não. Quando eu falto a professora passa coisas do outro mês, revisando comigo. Quando aparecem coisas novas, eu pego o caderno de um amiguinho.

Fotos: Gabriel Oliveira

O que você assiste em casa?
Vinícius Oka: Eu gosto de Padrinhos Mágicos, Bob Esponja e documentários com meu pai. De vez em quando assisto Simpsons e Família Adams.

E quanto à música?
Vinícius Oka: Gosto de música clássica e alguns rocks dos anos 60, como Elvis e Beatles. Ouço música italiana - Tarantela, Napolitana e Siciliana - e também gosto muito da Rita Lee.

Você pensa em seguir a carreira na televisão, no cinema ou teatro?
Vinícius Oka: Nada disso! Eu pretendo estudar gastronomia, nutrição e ir para França, abrir o meu próprio restaurante. Quero ser chef de cozinha.

Qual o conhecimento que você tem na cozinha?
Vinícius Oka: Ontem mesmo a professora pediu como lição de casa escrever uma receita. Inventei uma, só que ainda não dei nome. Nela vai tomate, pão de folha, cenoura, legumes. Mas tudo com uma apresentação especial, para chamar atenção.

Quer dizer que não se interessa pela vida artística?
Vinícius Oka: Não. A fama é muito passageira. Eu estou famoso um dia e no outro ninguém me conhece mais.

Qual o seu ídolo no cinema?
Vinícius Oka: O Jim Carrey. Eu gosto muito dele, do rosto, dos gestos. O Batman que mais gosto é o Eternamente, com o Charada, porque é ele que faz. Todos os filmes de Jim Carrey eu gosto.

A sua opinião sobre crianças que trabalham na televisão?
Vinícius Oka: Eu acho super legal. São crianças espertas e inteligentes que estão fazendo um programa de TV. Mas tudo isso ela tem que fazer se ela gosta. A Maísa (apresentadora do Sábado Animado, da SBT) deve gostar. Um dia me convidaram para participar de uma comunidade "Odiamos a Maísa", no Orkut. Recusei. Eu gosto dela e de vez em quando assisto, e acho normal. As pessoas falam que ela é uma aberração, mas eu não acho.

Que reportagem você mais gostou de fazer?
Vinícius Oka: A de vacina contra a rubéola, pois ela durou pouco tempo (das 10h da manhã às 3h da tarde) e ficou super legal. Foi uma das melhores matérias para mim.

Fotos: Gabriel Oliveira

E a mais complicada?
Vinícius Oka: A sobre crianças de rua. Tinha dois seguranças, mas mesmo assim eu ficava com medo dos meninos de rua que iam ser entrevistados. Na van eu ficava torcendo: "Tomara que não encontre, tomara que não encontre!". Acabamos não achando e a matéria nem aconteceu.

Durante as reportagens teve algum adulto que ficou nervoso com as suas perguntas?
Vinícius Oka: Olha, de vez em quando eu uso ponto, mas quando o adulto é ignorante eu não quero nem saber o que o diretor vai falar e xingo mesmo. Um dia estava usando ponto, não me lembro onde, e o cara que entrevistei falou que era isso e aquilo, que não gostou e tal. Comecei a chamar de mal educado, como pode tratar assim uma criança?

Fale alguma coisa para os adultos tomarem consciência das coisas que fazem.
Vinícius Oka: Eles fazem coisas erradas mesmo, mas eu vou falar, vou fazer a reportagem e mesmo assim, não vai adiantar. Eles são assim. O cara prometeu que pararia de fumar, mas não vai parar. Ninguém vai me ouvir, pois não levam a sério uma criança. Pode ter certeza que nunca vão me ouvir.

Atualizado em 6 Set 2011.