Guia da Semana

Por Leonardo Filomeno

O esporte considerado paixão nacional revelou astros para o mundo e atrai pequenos, ainda de berço, para a prática da modalidade jogada com os pés. Embora o esporte seja praticado tanto nos campinhos de terra batida quanto no quintal de casa, é na escolinha de futebol que a criança tem a chance de desenvolver melhor a coordenação motora, a disciplina e a agilidade, necessárias não só para o surgimento de futuros Neymares e Martas, mas também como auxílio para formação básica e saudável do pequeno. Conheça os benefícios!

Para todas as idades

A partir dos três anos os pais já podem matricular seus filhos. As turmas são divididas de acordo com a idade, e as meninas podem trabalhar junto com os meninos sem distinção. Esse é o caso de Letícia da Silva, 12 anos. Ela queria muito ser goleira e não tinha muito espaço em seu colégio. Com o incentivo da mãe entrou em uma escolinha de futebol. "Acho um esporte legal porque precisa de concentração, você faz amizades e ainda serve como um exercício físico", diz.

As aulas têm, em média, a duração de duas horas, sendo que as crianças com mais aptidão podem treinar em categorias mais elevadas. "A gente dá um estímulo compatível ao que a criança já tem e ao que ela precisa receber. Um menino de dez anos muito evoluído vai ter que migrar para a categoria seguinte para ter novos estímulos, dificuldades e adversidades. O mesmo acontece com uma criança de 12 anos que não está evoluída para a idade dele", afirma Thiago Amorim, coordenador e professor da escolinha do Palmeiras.

Para o interesse no esporte não acabar com o tempo, com as crianças de até cinco anos, a parte lúdica está mais presente, desenvolvendo o imaginário, adaptando jogos de linguagem da escola com algumas regras do futebol. Com o passar do tempo, a parte técnica e tática se intensificam, com a formação de campeonatos para passar a consciência do jogo coletivo para a turma.


"Como moramos em apartamento e não temos muito espaço, é na escolinha de futebol que ele pratica um esporte ao ar livre, toma sol e chuva à vontade e isso torna ele uma criança de resistência física muito boa", aponta o microempresário Amando Costa, 56 anos. Ele acompanha há cinco anos o treinamento do filho Mateus, de dez anos.

Benefícios

A aula é geralmente dividida em quatro partes para melhor aproveitamento. No aquecimento, os professores usam alguns exercícios para alongar e preparar o corpo da criança para a próxima atividade. Na parte principal, o treinador realiza um trabalho específico, ou mesmo alguma vertente do futebol - fundamento de passe, chute, condução de bola, ataque, defesa, marcação, parte física, coordenação e agilidade.

No coletivo, o objetivo é usar o jogo para tentar exercitar a parte técnica que foi desenvolvida. Por último, os professores repassam para os alunos o que foi aprendido no treino, as melhorias que cada um tem que fazer e as crianças batem alguns pênaltis para relaxar. "Ele ficou bem mais disciplinado e empolgado. Antes de vir para cá ele faz curso de inglês, mas o futebol é mais importante", a decoradora Roberta Bonzano, 34 anos, mãe de Guilherme, 10 anos, que treina há um ano e meio.

De acordo com o coordenador Thiago Amorim, o treino trabalha em cima de três pilares: o futebol, a saúde e o social. "No primeiro, passamos ao máximo as informações, exercitamos e repetimos os exercícios para as crianças melhorarem. Na saúde, trabalhamos a parte aeróbica para melhorar o cardiorrespiratório, o vascular e o sedentarismo. Mas é no social que enxergamos a grande evolução, com crianças que chegam aqui com problemas de relacionamento e, depois de um tempo de atividades, começam a conversar, têm novos assuntos e amigos", reflete.

Frustração dos pais

Um dos problemas mais comuns que as escolinhas passam não vem do comportamento dos alunos, mas sim dos adultos. Levados pela frustração no esporte, muitos pais escolhem essa atividade para o filho ainda pequeno e discutem durante as aulas se o professor não der o destaque que eles acham que o filho merece. Nesses casos, os professores preferem optar por dar uma oportunidade a uma criança que tem o pai como incentivador, do que outra que tenha pais problemáticos.

"A escolinha não serve só para você ensinar o futebol, a gente tem uma preocupação muito grande na formação das crianças. Para se manter aqui tem que se comportar em casa, caso contrário, fica fora dos treinos e das atividades", aponta Thiago.

Para não alimentar os sonhos futebolísticos dos jovens, os professores, desde o início, têm a preocupação de explicar todas as dificuldades que um jogador tem que passar até a profissionalização. Isso não impede que alguns craques não sejam revelados. Os alunos que apresentam desempenho acima da média podem ganhar chances de teste em outras escolas ou até em categorias de base de clubes profissionais.

Colaborou:

Escolinha de Futebol Oficial do Palmeiras
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Atualizado em 14 Set 2011.