Guia da Semana

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Francisco tem 9 anos, Maria Luíza está com 7 e o bebê é Antonio, com apenas 1 ano, quem dá conta dos três é a psicóloga, advogada e super-mãe Maria Isabel. Ela se desdobra para organizar seu tempo e se divide entre ser esposa, mãe e trabalhadora para dar conta de todos os compromissos e ainda criar seus filhos da melhor maneira possível.

A maternidade também traz esperanças e desilusões. "As expectativas começam desde o momento que descobri que estava grávida. Isso aconteceu com os meus três filhos. São expectativas de todas as naturezas, que vão desde a dúvida em saber se meu bebê será saudável, bem formado, até questionamentos pessoais, como saber se serei uma boa mãe, se serei capaz de dar tudo o que meu filho precisa para se desenvolver de forma completa em todos os aspectos de sua vida, emocional, cognitivo, físico e etc., se ele será feliz", conta Maria Isabel.

Investimento

Além de arrumar tempo para dar atenção e transmitir valores, os pais precisam pensar se podem arcar com os custos de manter uma família. Maria Isabel conta que "A vida do casal com filhos é uma vida que tem rumos, que tem metas, que tem cumplicidade para atingir sonhos e planos. O casal se empenha junto para a boa educação e para a felicidade das crianças".

Antes de optar por ter um filho, é preciso pensar bem e fazer as contas, tem moradia, educação, saúde, alimentação e roupas por cerca de 25 anos, para cada filho. Tudo isto tem um preço, que gira em torno de 30% da renda familiar.

Em termos financeiros, a maior preocupação das classes média e alta está em investir no futuro do filho, além de fornecer comodidade e conforto, tentam dar o que não tiveram. Já na população mais pobre, a grande dificuldade é suprir as necessidades básicas.

Taxa de natalidade

As estatísticas mostram que o número de filhos está ligado inversamente ao grau de escolaridade da mãe. Mulheres com formação superior têm um ou dois filhos, por outro lado, quem cursou até a terceira série, ou menos, tem cerca de cinco crianças. A falta de acesso aos contraceptivos e à educação são os maiores vilões. Na média, a taxa de natalidade no país está em pouco mais de dois filhos por casal, ou seja, a população parou de crescer e atingimos o equilíbrio populacional.

Mas, a importância do planejamento familiar não está apenas na economia. A gestação provoca mudanças no corpo da mulher. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para o bem da mãe e do bebê, é importante que a mulher tenha mais de 18 anos e faça um intervalo de, no mínimo, dois anos entre uma gravidez e outra. O ideal é que a mãe espere entre três e cinco anos para ter um outro filho. Em casos de aborto, espontâneo ou induzido, é preciso esperar seis meses antes de fazer outra tentativa.

Segundo dados do governo, no Brasil, acontecem aproximadamente um milhão de abortos clandestinos. No mundo, as gestações que são interrompidas voluntariamente matam cerca de 70 mil mulheres todos os anos. Estes dados alarmantes levaram à criação de medidas que incentivem o planejamento. Em todo o país, há projetos sobre educação sexual e distribuição gratuita de contraceptivos.

Orientação e educação

Em 1999, o Ministério da Educação alterou os parâmetros curriculares e estipulou que Educação Sexual precisa estar no conteúdo de todas as escolas. Segundo Adriana Iassuda, coordenadora pedagógica, desde pequenos, seus alunos aprendem sobre o corpo, porém, a sexualidade só é abordada por volta da 5ª série. E Rita Capella, diretora de escola, completa, "Muitas vezes os pais trazem para a Escola suas dúvidas sobre como devem abordar o tema quando surge algo novo em casa. É importante a família e a Escola abordarem o assunto da mesma maneira, evitando o conflito de idéias e trazendo mais segurança para os alunos".

As meninas pequenas não pensam em casar e ter filhos, gostam apenas do glamour da festa e do vestido de noiva. Porém, as coisas não mudaram muito, conforme crescem, elas pensam em encontrar um príncipe encantado, "A visão romântica, difundida nos contos de fadas, continua tão importante agora quanto era na época das mães dos nossos alunos", explica Rita.

Pronto para encarar o desafio?

Para quem está inseguro com relação a começar ou aumentar a família, a psicanalista e economista Corinne Maier listou em pouco mais de 150 páginas vários motivos para não ter crianças, é o livro Sem Filhos - 40 Razões Para Você Não Ter, da Editora Intrínseca. A autora apresenta opiniões polêmicas, que precisam ser vistas com ironia, e corre o risco de ser mal interpretada ou ser odiada por alguns leitores. A obra faz uma análise do que é a maternidade e conta toda a dor de padecer no paraíso.

"Com um filho vai aprender, queira ou não, um monte de profissões: puericultor, ama-seca, animador de festa, pedagogo, cozinheiro, mestre-escola, policial, motorista, enfermeiro, psicólogo e conselheiro escolar. Mas, sobretudo, a profissão de ator, pois o filho constitui o público ideal para quem quer representar o papel de pai/mãe - pelo menos até a adolescência. É muito para uma pessoa só. E o mais impressionante é que as mães de família, no entanto pluridimensionais, tenham tão pouco valor no mercado de trabalho... Já viram patrões disputarem mães com mais de 45 anos para contratá-las? Isso prova que há algo de podre no reino dos recursos humanos."

Fontes

Adriana Marteleti Iassuda
Coordenadora do Colégio Itatiaia
Tel: 11 -3885-7661

Maria Isabel V. de Azevedo Eboli
Psicóloga e advogada

Rita Capella
Diretora da Escola Fractal-Lugar de Criança
Unidade I: Alunos de 0 a 3 anos
Tel: 11 -3675-5656
Unidade II: Alunos de 4 a 10 anos
Tel: 11 -3675-5655
www.escolafractal.com.br
www.lugardecrianca.com.br

Atualizado em 1 Dez 2011.