Guia da Semana


Uma infinidade de opções de divertimento e informações do mundo dispostos ao alcance de um click em sua casa. A internet proporciona muitas possibilidades e facilidades para satisfazer os milhões de adeptos espalhados pelo planeta, porém muitos casos sérios de saúde, tanto físicos quanto psicológicos, estão relacionados ao uso exagerado. Pesquisas recentes mostram que a dependência tecnológica atinge muitos internautas, que desconhecem sobre os danos e são afetados diariamente pelo novo vício da modernidade.

Irritabilidade, depressão ou o uso da mentira sobre a quantidade de horas utilizadas na rede são indicadores de graves problemas. Os principais sintomas geralmente estão relacionados às comodidades presentes no ambiente virtual, obsessão por chats ou e-mails, jogos on-line e sites de conteúdo específico, com apelo sexual ou de relacionamento, podem ocasionar outros tipos de distúrbios. A procura exagerada também possui relação aos aspectos de vida do indivíduo, como baixa auto-estima, solidão ou fobias sociais.

Preocupados com a situação e pela falta de informação da sociedade, o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas desenvolveu um programa para acompanhar o paciente, ajudá-lo a superar os problemas e alcançar o controle. O organizador, Cristiano Nabuco, afirma que percebeu está carência quando passou a analisar as freqüentes reclamações da maioria dos pacientes. No momento, os voluntários entre 12 a 17 anos estão sendo selecionados para a formação dos primeiros grupos a receber o tratamento médico e psicoterapêutico de 18 semanas.

Equipe Instituto de Psiquiatria do HC:
Cristiano Nabuco de Abreu, Dora Sampaio
Góes, Aderbal Vieira, Flávia Chwartzmann,
Sylvia VanEnck e Nyara Didone.
"Quando o usuário chega ao ambulatório através de algum responsável, geralmente ele precisará de mais atenção, pois pode estar sofrendo de um nível mais avançado do distúrbio. Quando ele procura ajuda por conta própria, os sintomas ainda não representam um quadro tão grave", afirma o profissional, informando sobre os procedimentos adotados. "As pessoas convocadas participarão de discussões e acompanhamentos psíquicos semanalmente, para ensinar-lhes como identificar os mecanismos que o levarão aquela situação e como reverter todo o processo".
Fora de controle

D.F* mudou completamente a rotina na qual estava habituado quando adquiriu um computador há alguns anos. A rotina profissional e escolar foi completamente deixada de lado para que o jovem, de 21 anos, pudesse passar mais tempo em casa em frente ao aparelho. Longas conversas com diferentes pessoas e em chats chegavam ao fim apenas quando o rapaz necessitava dormir ou comer, este último, às vezes realizado sobre o teclado. Em meio a garfadas e movimentos ágeis de digitação, ele não percebia estar perdendo parte de sua vida social.

Em uma viagem, resolveu visitar um velho amigo que há tempos não mantinha contato. Após alguns minutos perdidos em assuntos saudosistas, o adolescente não hesitou em abrir seu notebook em plena sala de estar do companheiro para acessar os programas de relacionamento. Indagado sobre a evidente dependência, ele apenas nega o fato e afirma usufruir da rede como uma pessoa normal. Para o psicólogo, o primeiro passo é o conhecimento e aceitação para facilitar os procedimentos realizados para a melhora a situação do paciente.

Uma pesquisa realizada pela F-Secure, empresa finlandesa atuante do setor de soluções de segurança para usuários dispositivos móveis, operadoras e provedores de serviços, afirma que 94,5% dos 1169 entrevistados confessam o sentimento de insegurança em relação ao filhos com a internet. Usuários da Inglaterra, Canadá, Estados Unidos, França e Alemanha revelaram o medo da exposição demasiada de seus filhos e a facilidade do com que eles acessam sites de conteúdo adulto.

* Preservação do nome da fonte

Colaboração:

Doutor Cristiano Nabuco de Abreu - Psicólogo e Coordenador
www.dependenciadeinternet.com.br

www.f-secure.com.br

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Atualizado em 6 Set 2011.