Guia da Semana

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Brincar e jogar com os filhos é sempre bom e gratificante!


São momentos gostosos de união, além de uma excelente oportunidade para desenvolver aspectos como atenção, raciocínio, linguagem, capacidade de processar e analisar informações e possibilidades, perseverança e muito mais.


Mas e quando a criança ainda não domina totalmente as "manhas" do jogo? É correto deixá-la ganhar para que não se frustre? Qual é o limite correto?


Bem, devemos analisar como essa experiência lúdica implica na vida real.


O bom senso é fundamental, afinal, se você jogar como se estivesse competindo com um adulto, não haverá um equilíbrio e a criança poderá sentir-se desmotivada.


Por outro lado, deixar que o filho ganhe sempre, pode gerar interpretações erradas, pois a criança deve ser preparada para as frustrações da vida.

A questão não é apenas emocional e ligada às frustrações: ganhar facilmente limita a capacidade de superar obstáculos. Afinal, diante de uma dificuldade, colocamos todos os nossos esforços como forma de encontrar uma solução, não é mesmo? Competitividade, quando em equilíbrio, será de grande valia para que o ser humano busque melhorar. Os desafios temperam a vida!


É uma forma lúdica de ensinar a criança a viver! Na vida, há vitórias, empates e derrotas. Há momentos em que ajudamos e momentos em que somos ajudados. E há, até, momentos em que a vida nos "deixa" ganhar.


Ao apresentar ao filho um mundo fácil e irreal, a frustração que tanto se deseja evitar será, apenas, adiada. E não se iludam: aprende-se a lidar com elas desde cedo. Achar que, sendo mais velha, a criança lidará melhor com a situação é um grande engano, porque serão ainda maiores!


A vida é cheia de desafios e os jogos nada mais são do que pequenos ensaios de muitos comportamentos que utilizaremos no decorrer da vida, como respeito ao próximo, paciência, aceitação a regras e limites, saber negociar, ganhar e perder.


Muito mais construtivo é, conforme as jogadas forem acontecendo, ensinar a criança o raciocínio utilizado e porque deu certo. Instigue seu filho a pensar nas hipóteses, dê dicas, mostre o caminho e ele o encontrará. Você pode até deixá-lo ganhar "de vez em quando", mas nunca facilmente. Dê trabalho a ele! E não faça isso com frequência. Observar o comportamento da criança é essencial como forma de saber o momento certo de "ganhar ou perder" dela.


Outra tática é a criança ter um "parceiro" que conheça bem o jogo e a acompanhe nas jogadas, ensinando-a. Conforme ela aprender os passos importantes, esse parceiro vai cada vez se distanciando mais, dando asas à iniciativa do pequeno, até que ele chegue, enfim, ao nível esperado para poder competir.

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Quem é a colunista: Cláudia Fernanda Venelli Razuk.

O que faz: Pedagoga e coordenadora do colégio Itatiaia.

Pecado gastronômico: Se é pecado, melhor não comer! Saborear o que eu gosto com prazer e sem culpa, é essencial.

Melhor lugar do Mundo: Minha casa, com meu marido e filhos e em qualquer lugar rodeada dos verdadeiros amigos.

Fale com ela: [email protected]

Atualizado em 6 Set 2011.