Guia da Semana



Antes de tudo, é importante uma auto avaliação sobre os seus sentimentos e conflitos e como encara o assunto: com naturalidade ou como tabu? Caso perceba ter dificuldade, buscar ajuda e orientação é a melhor solução, como forma de adquirir argumentos sensatos e tranquilos quando a criança buscar informações.

Entre três e quatro anos de idade começam as primeiras comparações. É a fase em que, livre da fralda e com uma percepção do corpo mais aguçada, a criança começa a notar diferenças entre ela e seus amiguinhos. Como esta é uma idade em que a criança tende a explorar tudo o que a deixa curiosa, não serão raras as vezes em que poderão acontecer cenas de masturbação ou jogos sexuais entre os pequenos.

Lidar de forma tranquila significa, acima de tudo, não mentir e nem se mostrar desconcertado. Usar uma linguagem clara e objetiva, respondendo exatamente ao que a criança perguntou, não sendo necessário estender demais a explicação. Muitas vezes, diante de uma resposta simples, porém clara, a criança se contenta e muda de assunto. E caso ainda haja dúvida, não se preocupe, a criança demonstrará e continuará com o interrogatório até que esteja satisfeita.

Caso se depare com cenas inusitadas, como atos de masturbação ou jogos sexuais em que os amiguinhos se tocam, é muito importante não demonstrar horror e evitar punições severas, o que pode ocasionar conflitos na vida sexual quando a criança tornar-se adulta.

Não ensinar que é algo errado ou sujo, mas sim, com naturalidade, desviar a atenção para outras atividades quando ocorrerem os tais jogos sexuais entre as crianças ou explicar, no momento em que a criança estiver masturbando-se que este é um momento íntimo que requer privacidade e que deve ser feito quando ela estiver sozinha. Simples assim.

A criança não faz associações eróticas às sensações e curiosidades relacionadas ao seu corpo. É apenas curiosidade pura, em uma fase em que saber como nascem os bebês ou como funciona o computador tem o mesmo peso para ela. Ela está, apenas, querendo aprender. É uma descoberta saudável e importante para o desenvolvimento da sexualidade adulta.

Quando se preocupar?

Embora esta fase seja natural, a atenção dos pais e educadores é essencial. Assim, é importante notar se há exagero, ou seja, se a criança está deixando de brincar para masturbar-se, ou se os jogos sexuais estão tomando proporções maiores do que o normal. Neste caso, talvez seja hora de investigar mais a fundo e até buscar ajuda de um especialista.

Outro ponto importante a ser observado é a diferença de idade entre as crianças: os jogos sexuais não devem acontecer entre crianças de idade muito diferentes, ou seja, caso você perceba que uma criança muito maior está participando da "brincadeira", é hora de intervir, conversando com a criança mais velha e, até mesmo com seus pais caso sinta necessidade.

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Quem é a colunista: Cláudia Fernanda Venelli Razuk.

O que faz: Pedagoga e coordenadora do colégio Itatiaia.

Pecado gastronômico: Se é pecado, melhor não comer! Saborear o que eu gosto com prazer e sem culpa, é essencial.

Melhor lugar do Mundo: Minha casa, com meu marido e filhos e em qualquer lugar rodeada dos verdadeiros amigos.

Fale com ela: [email protected]

Atualizado em 6 Set 2011.