Guia da Semana

Foto: Gael Oliveira/APH

Os membros da QueerNerds2.0 na Campus Party

A primeira imagem que se tem quando se pensa em um nerd é a daquele garoto que quase não sai de casa nos fins de semana, joga videogame o dia todo, está sempre conectado à internet. O que não se imagina é que gays e lésbicas também sejam aficionados por tecnologia, jogos RPG e games. "Parece que é esquisito ser nerd e gay", diz Pedro Nunes Netto, participante da QueerNerds2.0, uma das comunidades pioneiras no Brasil, e que está presente na Campus Party.

"Os nerds gays acham que eles são únicos de conversar sobre balada e RPG", conta Rafael Cocchini, mais conhecido como RafaWaffa. "É um lugar que tem gente que gosta de balada e de jogar", diz. Netto complementa: "Eu queria chamar meus amigos de balada para jogar videogame e eles não curtiam. E meus amigos héteros que gostam de videogame não vão para a balada".

A QueerNerds2.0 começou no Orkut há cerca de três anos, e a particação dos membros lá é mais forte. Eles também estão no Twitter (@queernerd) e anunciaram a seus seguidores que eram entrevistados pela reportagem do Guia da Semana na hora em que o bate papo rolava: "a QN [QueerNerds] acabou de dar entrevista aqui na #cpbr4!! HOORAY!"

A QueerNerds2.0 junta dois mundos que, para muita gente, parecia impossível: as baladas do universo GLBT com a cultura nerd, de RPG, videogames e internet. "Somos uma comunidade homossexual e heterogênea", brinca Netto. Eles se reúnem, uma vez ao mês, em algum parque público de São Paulo para conversar, brincar e fazer novas amizades. Também frequentam a casa noturna A Lôca, em São Paulo, famosa no circuito gay. "Uma vez fomos para lá e começamos a brincar de mímica. Por que não brincar na balada?", pergunta Netto.

Mesmo não havendo nenhum tipo de reação negativa na Campus com relação aos gays, eles ainda, segundo Netto, são muito discretos. "Lancei a hashtag no twitter #saiadoarmario #cpbr4. Mas ninguém seguiu", diz RafaWaffa. Mas já é um começo.

Atualizado em 6 Set 2011.