Guia da Semana


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Problemas na adaptação, dificuldade de aprendizagem, tropeços na socialização. Muitos fatores podem tornar o dia a dia na escola tenso e pouco proveitoso. Se, ao sair de casa, seu filho mostra resistência e ao voltar não está eufórico para contar sobre a aula, a professora e os amigos, certamente algo não vai bem.

De acordo com Paula Fontana Fonseca, psicóloga do serviço de Psicologia Escolar da USP, os pais precisam prestar atenção em sinais sutis, como a vontade que a criança tem de ir à escola, e saber diferenciar problemas mais sérios de simples manha ou cansaço. "Os pais também têm que respeitar o tempo dos filhos, pois há crianças que demoram mais para se adaptar à nova rotina e ao afastamento dos pais", explica.

Paula ressalta ainda que os pais devem ficar atentos ao comportamento do filho no ambiente escolar. "Às vezes, a criança não quer ir para a escola, mas quando a mãe vai buscá-la a encontra brincando, integrada com os colegas. É preciso ter em mente que nem todos os dias são bons e momentos ruins não são necessariamente sinal de algo maior", orienta.

Independente da dificuldade, as especialistas são unânimes: trocar de escola não é o primeiro passo. "Antes de tirar o filho da escola, os pais têm que tentar resolver os problemas em parceria com o colégio. Tirar os filhos das dificuldades que encontram não é o melhor caminho, eles têm que aprender a lidar com isso. Mas, se existe uma inadequação, os pais devem, sim, procurar outra escola", afirma Maria Martinez Lima, psicopedagogoa e diretora pedagógica do Colégio Batista Brasileiro.

Para Neide Noffs, doutora na área de educação e coordenadora do curso de Psicopedagogia da PUC -SP, os pais sempre devem tentar alinhar filhos e escola e, se a mudança for necessária, deve ser feita no semestre seguinte. "A troca pode esperar, excetuando-se os casos de não aprendizagem e violência. O caminho deve ser sempre o diálogo e a escola tem que ajudar nesse alinhamento. Caso contrário, o filho cria o pensamento de 'se vou mal, mudo, se não gosto, mudo' ", alerta.

Sem Cobranças

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Embora os pais sempre queiram acertar logo na primeira escola, às vezes o feeling falha e é preciso fazer a troca. "A escolha certa é muito subjetiva, baseada nos valores dos pais e no momento da criança. A educação deve ser pensada em ciclos e o que os pais querem para os filhos pode mudar ao longo do tempo", destaca Paula Fonseca.

A psicóloga ressalta que a escola não precisa ser para a vida toda e que não é o único lugar de formação da criança. "A escola é importante, mas os pais não devem tê-la como o lugar mais importante. A criança não vai ser educada na escola, a família tem papel fundamental na transmissão de princípios, valores e respeito", reforça.

Para Neide Noffs, eventuais erros na escolha dos colégios devem ser encarados como uma construção necessária para o papel de mãe. "Ela também vai aprender com a escolarização da criança, com a instituição escola. É novo para o filho e para ela. A mãe é passível de erro, não pode acertar sempre. E o filho, por mais adaptável que seja, poderá ter situações de insatisfação, importantes para o seu crescimento. Não estar sempre contente não é sinal de falta de adaptação nem de infelicidade", completa.









Atualizado em 6 Set 2011.