Guia da Semana

Os livros, sem dúvidas, são portas que nos levam a mundos únicos dentro de nós mesmos. Por eles, conseguimos ir a diferentes países, conhecer diferentes culturas e, principalmente, entrar em contato com os aspectos mais profundos de nós mesmos.

Entretanto, nem todas as pessoas gostam de obras longas e densas, preferindo a leitura mais leve e curta, mas, ao mesmo tempo, intensa. Para essas, a dica são os livros de crônicas, que nos dão respiros entre uma e outra e nos colocam em um universo novo a cada uma delas.

Assim, o Guia da Semana lista 10 livros de crônicas incríveis que você deveria ler. Confira:

PARA ONDE VAI O AMOR?

No livro "Para onde vai o amor?", Carpinejar apresenta 42 textos sobre amor, desilusão amorosa, casamento, divórcio, saudade e outros sentimentos que compõem os relacionamentos. Gosta desses tipo de assunto? Então você não pode deixar de ler este livro.

PARA TODOS OS AMORES ERRADOS

Em "Para todos os amores errados", Clarissa Corrêa escreve sobre as desilusões de um romance avassalador. Entre os altos e baixos do fim de uma relação amorosa, a história é contada e sentida a partir de desabafos escritos em primeira pessoa. Com citações a personalidades do cotidiano atual, o texto pode adquirir um tom de veracidade e aproximação a cada página, criando uma intimidade com quem já sentiu ou passou pela mesma situação, em que o amar e ser amado não é responsabilidade de um só. Registrando todas as fases de um rompimento, a protagonista chora, se arrepende, fica aliviada, triste de novo, sente saudades, tem muita raiva, volta a amar o mesmo amor, se encontra e se desencontra várias vezes. Chega à etapa de se entender e respeitar, para poder, quem sabe, voltar a amar. Escreve crônicas e poemas que expressam seus sentimentos. Conta os detalhes da traumática separação, classifica os tipos de homem e declara independência

TRINTA E OITO E MEIO

Estas crônicas, reflexões e desabafos, escritos com curiosidade sem fim, mas também com senso de humor, mostram os bastidores da cabeça e do coração de Maria Ribeiro. A atriz, que confessa, neste livro, o seu interesse (se não mesmo obsessão) pelas histórias dos outros, junta, em 'Trinta e oito e meio', textos que escreveu nos últimos anos, e que, com as ilustrações de Rita Wainer, formam um inesperado diário e um guia de viagem pela sua vida.

ESPERO ALGUÉM

Com "Espero alguém", Carpinejar, mais maduro, tanto profissional quanto emocionalmente, apresenta crônicas escritas após um período difícil de sua vida - o abandono pela mulher amada. O autor busca comprovar que ninguém está preparado para uma separação. 'Espero alguém' trabalha as duas separações do autor. Começa triste e, ao longo das paginas, o ânimo vai melhorando. No final, o alívio. As crônicas tratam da retomada - a superação do luto - provando que tudo passa. Um novo amor é quase uma certeza. E, se você não amar esse amor mais do que amou o que veio antes, provavelmente amará mais a si mesmo. Carpinejar mostra também as contradições do relacionamento - o que cada um precisa e pode fazer pelo outro. A importância da sedução mútua e a convivência com as críticas. Além disso, dá conselhos, como - 'não fale mal até vinte dias após o termino. Se reatar, você estará desacreditado'.

SIMPLES ASSIM

Por que complicar ainda mais? Acordou mal-humorado? Respire fundo, abra a janela e pense que no final do dia você encontrará seus amigos para um happy e dará boas gargalhadas. O carro quebrou no meio da rua? Sinalize e espere o guincho em segurança. O namoro está mais para morno? Chegou a hora de pôr um fim a relacionamentos que não levam a nada. Convidada frequentemente para participar dos principais programas de tevê do país, Martha é um dos poucos nomes da literatura brasileira em atividade a conjugar tão bem o macro com o micro: a vida contemporânea e suas impressões sobre um livro, Londres e uma lembrança da adolescência, um desastre aéreo do outro lado do mundo e o impacto de um filme, a saída dos filhos de casa e uma metáfora entre sutiãs e separações. Mas não é a vida justamente esse encontro, muitas vezes em rota de colisão, entre o macro e o micro? Nestas cem crônicas, transbordam a perspicácia, o olhar atento e a sensibilidade aguçada de uma das escritoras que melhor nos entende.

MEIO INTELECTUAL, MEIO DE ESQUERDA

Um sofá encalhado no mangue, uma coifa uruguaia, os trocadilhos nos nomes dos pet shops, o bairro de Perdizes, o jogador Ronaldo, os mictórios cheios de gelo dos restaurantes, o salto mortal sem rede que o amor exige dos apaixonados, a casa de um morador de rua, um sorvete de cheesecake, o barulho das marretadas de um apartamento em reforma - eis alguns dos temas de "Meio Intelectual, Meio de Esquerda", o livro de crônicas de Antonio Prata.

OSTRA FELIZ NÃO FAZ PÉROLA

A ostra, para fazer uma pérola, precisa ter dentro de si um grão de areia que a faça sofrer. Sofrendo, a ostra diz para si mesma - 'Preciso envolver essa areia pontuda que me machuca com uma esfera lisa que lhe tire as pontas'. 'Ostras felizes não fazem pérolas'... Pessoas felizes não sentem a necessidade de criar. O ato criador, seja na ciência ou na arte, surge sempre de uma dor. Não é preciso que seja uma dor doída... Por vezes a dor aparece como aquela coceira que tem o nome de curiosidade.

A DESCOBERTA DO MUNDO

Seleção de crônicas publicadas originalmente na coluna semanal que Clarice Lispector escrevia aos sábados, no Jornal do Brasil, entre agosto de 1967 e dezembro de 1973. Nela, tratava de temas variados - da infância no Recife a uma passeata contra a ditadura nas ruas do Rio de Janeiro; seu processo de criação; a satisfação em receber o carinho dos leitores e as particularidades da sua vida familiar.

PEQUENAS EPIFANIAS

Epifania é a expressão religiosa empregada para designar uma manifestação divina. Por extensão, é o perceber súbito e imediato de uma realidade essencial, uma espécie de iluminação. As crônicas escritas por Caio Fernando Abreu retêm essa qualidade, levam o leitor a enxergar, como num clarão, verdades bem escondidas. A primeira fase das 'Pequenas epifanias' foi publicada no jornal O Estado de S. Paulo entre 1986 e 1989.

A MENINA SEM ESTRELA

Nelson foi o escritor que encontrou o universal na mais íntima e pessoal das experiências. Para ele nada é intranscendente, nem mesmo o menor fato cotidiano. Na obra, os temas se cruzam, as histórias de sua família - como o nascimento de Daniela, a menina sem estrela - são entrelaçadas com acontecimentos da história do Brasil e do mundo que marcaram o autor. O resultado é uma obra que, fragmentada em crônicas diárias publicadas no jornal Correio da Manhã, faz uma autobiografia da figura complexa de Nelson Rodrigues.

Por Nathália Tourais

Atualizado em 25 Jul 2016.