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É como se fosse mágica mesmo. Um exemplo é a figura acima. O que você vê: um grupo de morcegos em preto ou anjos, em branco? Ou os dois? Essa é a ideia da gravura: mostrar que o ponto de vista muda conforme o ponto de observação. E também era o que motivava Escher com seu trabalho. "Ele quis mostrar para as pessoas que o nosso cérebro vê coisas que não existem. Que estamos induzidos a achar certas coisas, mas que podem ser questionadas. Escher quer que o espectador sempre questione", explica o curador da mostra, Pieter Tjabbes.

Sim, as pessoas são do mesmo tamanho. Mas aqui, não parece

A exposição não se limita a gravuras e desenhos. Há algumas esculturas e as instalações interativas, criadas pela equipe de Tjabbes usando os conceitos de Escher, ilusões de ótica surpreendentes. Uma das mais procuradas é uma caixa que simula um cômodo de uma casa. Pessoas de alturas semelhantes ficam repentinamente maiores ou menores. Tudo "culpa" da maneira como processamos os estímulos visuais que recebemos. "O nosso olho, em combinação com o nosso cérebro, foi treinado para ver as coisas de certa forma", explica Tjabbes.

O mais legal e inusitado da exposição é justamente a interação do público com as obras, que fizeram muito sucesso pelos países pelos quais passou. "Por ser figurativa, mas também pelas brincadeiras com perspectiva e geometria, a obra dele facilita o entendimento pelo público leigo", conta. Depois de ver os trabalhos do holandês que queria ser arquiteto, mas preferiu seguir o caminho da gravura, você levará a sério a expressão "depende do ponto de vista".

Fotos: Divulgação