Este evento terminou

O supper presta uma homenagem ao poeta Robert Burns, considerado um gênio e herói do país da gaita de foles. "Onde tem escoceses, tem o Burns Supper", conta Christiana Tess, presidente da St. Andrew Society de São Paulo, que organiza o evento desde que a sociedade foi fundada no Brasil, há 86 anos.

E uma homenagem a um ícone da cultura escocesa deve ser prestada com toda a pompa e circunstância. Conforme manda a tradição, no começo do jantar, o escocês do mais alto ranking presente no evento faz um brinde ao presidente do país. Em seguida, um brasileiro de patente semelhante faz o mesmo para a Escócia. Até aí, a versão brasileira do supper é inusitada. "O cônsul britânico vai fazer o brinde à presidente do Brasil. E sua esposa, que é brasileira, brinda à Escócia", explica Christiana.

O haggis (no prato, à esquerda) é recebido com toda a honra que merece

Embora seja um evento em que o inglês seja a língua oficial e o kilt (a saia típica escocesa que os homens usam) faça parte do vestuário, a festa é aberta ao público e recebe pessoas de todas as nacionalidades. "Os escoceses falam um pouco de português, os brasileiros falam um pouco de inglês e todo mundo se entende", brinca. Depois da abertura oficial do supper, começa o coquetel, depois o jantar e uma apresentação de danças típicas. Textos de Burns são recitados a todo o momento, para lembrar a história do poeta que morreu aos 37 anos e que ficou conhecido por características como simplicidade, espontaneidade e romantismo.

Mas o ponto alto do evento é quando se serve o tradicional haggis, feito com carne de carneiro e temperada com pimenta e cevada. Ele entra, soberano, na sala de jantar, e é seguido por um músico que toca a gaita de foles. Antes de servir o haggis, um escocês recita um texto de Burns sobre o prato e, em seguida, ele o abre com uma faca especial. E essa festa não tem hora para acabar. "Começa às 20h e vai até... até", completa Christiana.

Fotos: Sociedade St. Andrew de São Paulo