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Um celeiro de ideias, dignas de deixar o Professor Pardal com inveja. O Museu das Invenções é o paraíso dos cientistas malucos, dos admiradores da inovação e daqueles que se maravilham com a capacidade imaginativa do ser humano. É o ponto de encontro das pessoas com aqueles cinco minutos de lampejo - ou mais - em que os inventores descobriram produtos, aparelhos e desenhos que mudaram nossas vidas.

Com aplicação prática no dia a dia ou não, o resultado dessas experiências é sempre curioso. Mas engana-se quem pensa que todo inventor é genial, criativo e com alto QI. "O inventor é aquela pessoa observadora, que passa por alguma necessidade no dia a dia e pensa se não existe algum produto que resolva seu problema", conta Daniela Mazzei, gerente geral do Museu e da Associação Nacional dos Inventores.

Mais conhecido como Inventolândia, o museu é o único na América Latina e fica no prédio da Associação. Seus 500 protótipos estão instalados em dois andares, alguns até já estão à venda no mercado. Outros aguardam sua vez de serem comercializados. Nessa leva estão o piano dobrável, bom para o músico que precisa levar seus instrumentos em viagens e não dispõe de veículos para o transporte. Há também a solução para o churrasco de fim de semana: para resfriar uma grande quantidade de garrafas de cerveja em pouco tempo, foi criada uma máquina que realiza a proeza de gelar 24 vasilhames de cerveja, refrigerante ou qualquer outra bebida em apenas sete minutos.

Numa linha socialmente responsável, destaca-se a invenção que promete eliminar o problema das enchentes de São Paulo. Ao menos no que diz respeito aos veículos que ficam sob essas condições: o prolongador de escapamento supostamente colabora para passar a seco no meio do aguaceiro. Será? Para serem comercializados, ou ao menos expostos nesse museu, as invenções passaram por um processo de avaliação na Associação dos Inventores. É uma garantia de que se tornaram viáveis para distribuição e consumo. O processo segue as exigências normais do trâmite do requerimento de patentes. "Essa é a forma de proteger o inventor, para não ter sua ideia roubada", explica Daniela.

Das 2.000 visitas mensais que o museu recebe, muitas são de empresários dispostos a investir em novos nichos de mercado e produtos inovadores. Havendo o interesse efetivo, eles devem entrar em contato com a Associação dos Inventores. "Os inventos expostos no museu estão à procura de parceria, venda ou licenciamento no meio empresarial. Caso alguma empresa se interesse em fazer uma parceria com o inventor, o projeto pode ser adquirido", explica Daniela. É uma ótima oportunidade para inventores, candidatos a inventores, curiosos e interessados em novidades. O segredo, ao que parece, é apresentar tecnologias tão inovadoras quanto simples, daquelas que fazem o visitante questionar: "Por que não pensei nisso antes?"

Foto: Divulgação/Museu das Invenções