Guia da Semana


Segundo o Ibope em parceria com o Instituto Ethos, apenas 11% dos cargos executivos são ocupados por mulheres. Elas estão presentes também em somente 27% das vagas de supervisão e 31% das gerenciais. Apesar da escalada mais lenta rumo ao topo da pirâmide corporativa, a participação feminina tem crescido substancialmente na economia e na decisão das finanças domésticas.

Mais dados do IBGE dão conta de que em 2001, a mulher era referência econômica em 27,3% dos lares; em 2008, este número saltou para 33%, o que significa que um terço das famílias brasileiras atualmente são chefiadas por mulheres.

A inserção da mulher em ambientes e cargos essencialmente masculinos e seu ingresso mais ativo em universidades e no mercado do trabalho têm revolucionado o modo de se administrar o dinheiro nas famílias brasileiras. E enquanto eles pensam em trocar de carro, elas não estão apenas de olho nas vitrines dos shoppings, mas também na Bolsa de Valores.

Com foco no público feminino contemporâneo, a BM&FBovespa criou um curso de educação financeira segmentado para elas, o Mulheres em Ação. Entre os assuntos abordados estão o orçamento familiar, como o mercado de ações pode servir como uma alternativa à poupança e a quebra a resistência sobre investimentos na bolsa.

O curso é voltado para todos os públicos, desde a executiva que pretende ampliar sua carteira de investimentos até a dona de casa, que não necessariamente é responsável pelos proventos da família, mas que tem em suas mãos a tarefa de administrar o dinheiro da casa e olhar para o futuro. "Nas quatro horas de curso, os problemas são listados, entendidos e há uma ação dentro de uma visão sistemática que funciona para qualquer classe. É preciso entender que a bolsa tem uma relação de tempo com o investimento", destaca José Alberto Netto, consultor dos programas de Popularização da BM&FBovespa.

Segundo o consultor, as mulheres procuram se informar sobre melhores formas de investir seu dinheiro e garantir o amanhã, se preparando também para imprevistos, como um eventual desemprego. Mas, e os sonhos de consumo? "Também devem passar por planejamento", alerta Netto.

O resultado do trabalho reflete nos dados levantados pela instituição, que revelam que a participação da mulher na Bolsa vem crescendo numa velocidade muito maior do que a do homem. Enquanto a quantidade de homens evoluiu 470% de 2002 para cá, o número de mulheres cresceu 710% no mesmo período. Hoje são 122 mil mulheres na Bolsa, contra 399 mil homens investidores.

Veja a evolução ao longo dos anos da proporção entre homens e mulheres que investem na Bolsa:


O curso Mulheres em Ação, criado em 2003, é ministrado gratuitamente e atende pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Paraná e Rio Grande do Sul. Para se inscrever, é necessário acessar o site da BM&FBovespa. O Projeto Educar, que abrange este e outros cursos, já atendeu mais de 100 mil pessoas.

Atualizado em 6 Set 2011.