Guia da Semana

"As piscinas em forma de amebas podem ter até mesmo praias e rampas suaves, mas necessitam de um espaço maior", enfatiza o arquiteto Benedito Abbud

Mais do que um modo de preencher espaço ou criar uma opção de diversão, a piscina, se bem planejada, pode representar um dos pontos altos da decoração do jardim. Pois, além de transmitir movimento e transparência, é impossível passar pelo ambiente em um dia de sol sem ser atraído pelas águas claras e cristalinas. Mas, para causar esse efeito, reunimos dicas de como escolher o modelo ideal para o seu bolso e uso, pensando em materiais que valorizem, ao máximo, todo o contexto.

"A piscina tem que ter uma sinergia visual, uma ligação dos espaços, ou seja, é interessante que ela fique sempre próxima a uma varanda, um pergolado, a sala ou as áreas de estar", aponta o arquiteto paisagista Benedito Abbud. Embora hoje existam no mercado os aquecedores solares, a construção desse espaço em lugares bastante ensolarados ainda é predominante.

Entre a diversidade de formatos, se o objetivo é fazer dela um item de lazer, o recomendado é optar pelas mais alongadas, pois permitem que se pratique natação com a mesma quantidade de água. As piscinas geométricas, como as retangulares, oferecem a impressão de sofisticação. Já para quem conta com um espaço maior e quer sair do tradicional, a dica vai para as formas de amebas, que podem conter rampas suaves e até mesmo praias em seu interior.

Materiais

Foto: divulgação/ Cristiane Roncado

Em volta da piscina, escolha os pisos antiderrapantes e evite os escuros, pois absorvem ainda mais o calor

Antes de construir, é fundamental ter em mente o revestimento para as paredes internas, pois eles ditarão como será a manutenção e os cuidados posteriores. Hoje em dia, os mais usados são o azulejo, pastilha e vinil. "Vinil é um material flexível, ideal para formatos irregulares e piscinas curvas. Como não exige tanta matéria prima, se torna mais em conta que uma piscina de alvenaria convencional", aponta Fábio Zanetti, representante da Sodramar.

Com custo mais baixo em relação a outros materiais, ainda permite o conserto de estragos no revestimento por baixo da água, diferentes dos outros que necessitam o esvaziamento de toda a piscina. Já pelo lado negativo, o material exige uma manutenção mínima de seis em seis meses. Com preços variando de acordo com a região, o tamanho e a necessidade de cada proprietário, o custo médio de construção e de R$ 15 mil reais para um modelo de vinil, com tamanho quatro por oito metros.

Contrapondo o de cima, as piscinas de azulejos e pastilhas duram mais tempo sem necessitar a troca e, por isso, são as mais encontradas em residências. Os paisagistas requisitam a pastilha Vibrotil, que imita vidro e produz um efeito especial na água. Como o produto é caro (cerca de R$ 300 o metro quadrado), há a opção de trocar por pastilhas mais baratas sem perder a qualidade, como a de Jatobá (até R$ 200 o metro quadrado) e a Pastmix (entre R$ 70 e R$ 95 o metro quadrado). As cores azuis são as mais indicadas, junto com tonalidades claras, que oferecem um bom visual e ajudam a medir o PH da água.

Em volta da piscina, o ideal é escolher pisos antiderrapantes. Lembrando que as madeiras tradicionais esquentam e pisos escuros absorvem ainda mais calor. O melhor é escolher pedras (quartzito ou Goiás), cimentício atérmico ou Ecoblock - a última uma opção feita com compostos de plástico e fibras que imitam a madeira.

Paisagismo

Foto: divulgação/ Benedito Abbud

"Móveis sintéticos, um bom projeto luminotécnico e uma vegetação adequada em torno da piscina valorizam o paisagismo", aponta Benedito

"Palmeiras e coqueiros são sempre interessantes para esses espaços: dão verticalidade no ambiente; oferecem sombra suficientemente confortável e não desprendem folhas secas com frequência", enfatiza Benedito Abbud. Evite plantas com folhas pequenas, já que são difíceis de cuidar e transmitem uma sensação de sujeira.

Como os insetos, atraídos pela luz, costumam cair nas águas, o correto é planejar a iluminação das plantas e árvores sempre de baixo para cima, mantendo o cuidado para não poluir a abóbada celeste.

O jogo de iluminação ajuda, e muito, a decoração dessa área de lazer. Para isso, a paisagista Cristiane Roncato recomenda escolher três pontos na parte externa, com as opções de usar as lâmpadas convencionais (vapor de iodo, sealed beam e dicroica) ou as de LED, que consomem menos energia, têm manutenção baixa e podem ser instaladas tanto fora quanto dentro da piscina.

Os especialistas recomendam tirar o foco da iluminação das águas e passar para a vegetação e o seu entorno. "Deve-se jogar a luz para as plantas, por isso sempre procuro colocar palmeiras perto da piscina, transformando-as em um refletor", ensina Cristiane. Na iluminação indireta você oferece uma nova cara ao ambiente e ainda não ofusca a vista. Depois de todo o planejamento e escolha do modelo ideal, é hora de pensar na manutenção e conservação, mas isso já é assunto para uma próxima matéria.

Atualizado em 10 Abr 2012.