Guia da Semana

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Em tempos atuais, em que homens e mulheres trabalham e possuem inúmeras atividades cotidianas, frequentar restaurantes virou mais que um luxo: é uma necessidade para driblar a falta de tempo. O mercado de alimentação fora de casa movimentou R$ 50 bilhões em 2008, segundo dados da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e tem tendência de crescimento ano a ano.

Abocanhar uma fatia do orçamento mensal dos clientes, entretanto, não é tarefa para desavisados neste negócio, cada vez mais disputado e com concorrentes pipocando por todos os lados. Para garantir a sua entrada com o pé direito neste mercado e tirar o seu projeto do papel, a equipe do Valuta foi conhecer a história de sucesso de Jesse de Andrade, proprietário do Josephine Bistrô, na Vila Nova Conceição, São Paulo, além de consultar as preciosas dicas do consultor do Sebrae Ricardo Curado.

A história do Josephine Bistrô começou muito antes da casa se tornar o que é. Foi inicialmente uma butique de carnes, na época em que este negócio ainda não era difundido. Jesse de Andrade conseguiu fidelizar a clientela e optou por abrir uma lanchonete para atender aos alunos do colégio da redondeza. Como conseguiu sucesso, passou a incluir pratos à la carte e conquistar também os pais dos estudantes. E assim deu início ao restaurante, há dez anos.

Para dar os passos de ampliar o negócio, Jesse explica que "o termômetro sempre foi a opinião dos clientes. Há, claro, um estudo quanto a novos investimentos, ampliação de espaço etc., mas as maiores adaptações foram feitas de acordo com os clientes que atendemos". E a receita deu certo. Apesar da história bem-sucedida, ele não planeja investir em outras empresas por enquanto, e revela que todo o faturamento é constantemente reinvestido em melhorias na casa.

Ricardo Simões Curado, consultor do Sebrae, revela aos que desejam entrar neste ramo é preciso cuidado: "nenhum empresário deve se aventurar sem a garantia que haverá lucro líquido. Um restaurante vale pelo lucro que gera, que deve ser em média de 10% do seu faturamento", alerta.

Outros pontos devem ser considerados, como pesquisas, elaboração de um atrativo comercial para o produto, definição do público-alvo, perspectivas de vendas e seleção de uma localização adequada, ou seja, um plano de negócios. Mais uma dica de Curado é que não se aconselha começar um negócio sem capital próprio, dependendo apenas de empréstimos bancários. Se houver alguma falha na elaboração do retorno de investimento do restaurante e as coisas não saem como o esperado, a dívida com a instituição financeira pode ter um peso negativo e até decisivo para a continuidade da empresa.

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Jesse de Andrade (foto acima) aposta também que o grande segredo de seu negócio foi o atendimento personalizado que conseguiu prestar a seus clientes. "Eu o acompanho de perto, vou todos os dias ao restaurante, no almoço e no jantar. Conheço os clientes pelo nome, sei os pratos e lugares preferidos. Alguns, inclusive, me pedem pratos que nem estão mais no cardápio. E nós atendemos, claro", relata o empresário.

Mais um problema comum nesta área é a contratação de mão-de-obra qualificada. Curado aponta é uma alta taxa de rotação entre os funcionários é um mau sinal. Segundo ele, é preciso ter investimentos constantes em treinamento para prestar um bom atendimento, fundamental aos olhos do cliente. "Um bom funcionário faz direito e uma vez só", ressalta. Neste aspecto, Jesse de Andrade está bem resguardado, pois a maioria dos seus colaboradores trabalha na casa desde a inauguração e a rotatividade é praticamente zero. "Acredito, sim, que este é um dos grandes diferenciais em um restaurante", arremata o empresário.

Por último, se você optar por abrir um negócio na área de alimentação, é básico se atentar à gestão e não apenas à cozinha. O Sebrae verificou que parte dos empresários não têm exato conhecimento da situação financeira de sua empresa, apenas uma vaga ideia. A gestão, segundo Ricardo Curado, é determinante para o sucesso ou fracasso de uma empreitada.

Do projeto para a ação: dicas para iniciar seu negócio


- Ter um plano de negócios bem estruturado;

- Colocar no papel, diariamente, tudo o que acontece no seu negócio;

- Um contador deve ser contratado para iniciar a empresa. Ele cuidará de toda a papelada exigida especificamente para o ramo de alimentação;

- Não adianta apenas ter dinheiro para investir, é preciso conhecer o negócio em que se atua;

- A matéria-prima no ramo de alimentação custa, em média, 50% do valor cobrado pelo produto. Ou seja, para preparar um prato de macarronada, só em ingredientes gasta-se, por exemplo, R$ 10,00. Neste caso, o prato deve ser vendido a R$ 20,00.


Serviço
Josephine Bistrô
Rua Jaques Félix, 253 - Vila Nova Conceição
Tel: (11) 3242-5891

Atualizado em 6 Set 2011.