Guia da Semana

Foto: Divulgação

Cena da peça Espia Uma Mulher Que se Mata, protagonizada por Roberto Bomtempo, que será o diretor da oficina de atores da Record

No imaginário popular existe a ideia de que pessoas belas e carismáticas são selecionadas por olheiros nas ruas, nas baladas e em praias para participar das telenovelas. Mas na prática não é assim que funciona. Geralmente, aqueles que sonham em aparecer nas telinhas suam muito para chegar à meca da fama e passam por diversos cursos nas próprias emissoras. Seguindo os passos da concorrente, a Record inaugurou em janeiro de 2010 a sua oficina de atores no Rio de Janeiro. Com idealização de Hiran Silveira, diretor de dramaturgia da emissora, e direção do ex-global Roberto Bomtempo, o primeiro curso terá 20 pessoas e três meses de duração.

Para encontrar jovens talentosos, Bomtempo viu o material de mais mil pessoas. Uma grande fonte foi o banco de cadastros da Record, que contém vídeos de atores interessados em participar de produções da rede. "Analisei as fichas que estão no nosso banco desde 2006 de pessoas na faixa de 18 a 30 anos. Eu também recebi muito material em DVD. Além disso, assisti às peças em cartaz no Rio e aos lançamentos de filmes brasileiros. Se eu gostava de alguém, chamava para fazer um teste", conta. Entre os mais de mil materiais vistos, somente 20 foram selecionados. "Fiz uma cópia em DVD do material dos 60 finalistas e repassei para os diretores gerais de novela e para o diretor geral da Record, Hiran Silveira. Eles assistiram e nos reunimos para chegar a um consenso", revela

Experiência

Segundo o ator e diretor, a primeira turma terá um caráter experimental. As aulas acontecerão de segunda a quinta, das 9h às 14h, por três meses. Durante o curso, serão ensinadas técnicas de interpretação, corpo e voz por Fernanda Guimarães, Cláudia Liechavicius e pelo próprio Bomtempo, respectivamente. Além disso, alguns diretores e atores da Record vão dar palestras nesse período. "Depois, acredito que vamos chegar a um formato de cinco meses. A ideia é que existam de duas a três oficinas ao longo do ano. Depois vamos avaliar se devemos manter a mesma idade ou se montaremos uma turma com pessoas mais velhas ou com mais adolescentes. Nós vamos decidir a partir do andamento da primeira", afirma.

Bomtempo conta que sempre teve interesse em trabalhar com a formação de atores. "Desde que eu vim para a Record, em 2005, o Hiran sabia que eu gostava de dar aula. Eu fiz isso por 20 anos. Ele tinha vontade de montar uma escola e eu apoiei a ideia. É fundamental que a Record tenhas esse núcleo, pois vai ajudar muito a filtrar a chegada de novos atores na emissora", pontua. Para se dedicar integralmente ao projeto, Bomtempo vai dar um tempo nas direções de novelas, mas pretende continuar com atuações no teatro e na TV "É mais provável que eu trabalhe como ator em alguma novela no segundo semestre ou no próximo ano. É possível dividir o trabalho de ator com a oficina. Realmente estou muito estimulado em com interesse em ficar à frente desse projeto nos próximos anos", diz.

Rumo ao estrelato

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"A oficina tem o interesse de descobrir talentos e pessoas capacitadas para trabalhar profissionalmente", diz Bomtempo

O diretor é categórico ao afirmar que quem participar da oficina não está garantido em uma próxima produção da Record. Ao serem selecionados, os integrantes assinam um contrato e ganham uma ajuda de custo. Se a emissora tiver interesse, tem prioridade em contratar aquele ator durante 60 dias a partir do final do contrato, mas não tem nenhum compromisso de contratação. "A oficina tem o intuito de descobrir pessoas para fazer parte do elenco fixo, mas a demanda ainda não é muito grande. Nós já temos um corpo de atores fixos. Se a pessoa for talentosa e estiver preparada, a Record vai estudar se vale a pena contratá-la para o casting da casa ou para o elenco de alguma produção. É muito do momento e da avaliação final de cada ator que participou do curso", afirma.

Ingressar na oficina pode não ser sinônimo de escalação para as produções da Record, mas, sem dúvida, é uma grande chance. Na Rede Globo, por exemplo, a oficina de atores é a porta de entrada para as telenovelas da emissora. Criado há mais de 20 anos, o curso já projetou nomes como Rodrigo Santoro, Marjorie Estiano, Eduardo Moscovis, Murilo Benício, Giovanna Antonelli, Thiago Rodrigues, Camila Pitanga, Carolina Dieckmann, Danielle Winits e Marcello Antony. Na Record, a oficina também promete ser uma grande peneira de novos rostinhos que devem trabalhar nos próximos anos na TV.

Atualizado em 10 Abr 2012.