Miseráveis - a estética da dor - Espaço Mari´Stella Tristão

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Em cartaz no Espaço Mari´Stella Tristão, até 4 de maio, a exposição Miseráveis - A estética da dor, da artista Arminda Lopes, reúne dez esculturas em bronze e uma instalação. A mostra faz uma crítica social ao retratar personagens urbanos, freqüentemente ignorados pela sociedade.

Imagens de crianças e mulheres moradoras de rua, concebidas em bronze, compõem a mostra juntamente com uma instalação formada por roupas recolhidas pela artista ao longo de um ano, em bairros pobres de Porto Alegre. Nas ocasiões, a artista trocava as peças usadas por outras novas.

Os vestidos, calças, saias e blusas foram utilizados sem nenhum tipo de tratamento e formam uma ciranda, em alusão às brincadeiras de roda. A idéia é chamar a atenção para a perda da infância e clamar pelo retorno dos valores lúdicos que deveriam ter espaço na vida das crianças.

As esculturas de Arminda propõem ao espectador uma reflexão sobre os sentimentos da existência, ao realizarem um diálogo permanente com o corpo humano. O trabalho de pátina avermelhada sobre o bronze sugere o barro - do qual foi feita a primeira imagem humana, segundo a Bíblia - e também foi utilizado na série Perdas, realizada pela artista em 2004.